Eu ficarei velho, você ficará velho. Todos ficaremos velhos. Temos respeito e educação pelos velhos, sentimos obrigação de cuidar dos velhos e idosos, não é?. Mas uma coisa que poucos imaginam, é que ladrões, caloteiros, desonestos, assassinos, trapaceiros, políticos e outros também ficam e muitas vezes somos pegos de surpresa.
A notícia:
Rio - Acusados de integrarem uma quadrilha de roubo de cargas na Baixada Fluminense, três homens foram presos no início da madrugada desta sexta-feira, em um galpão, na Rua Nilo Peçanha, às Margens da Rodovia Presidente Dutra, em Nova Iguaçu. Acácio Barbosa do Nascimento, de 29 anos, Gilson Fonseca Ferreira, 42 anos, e Alberto Rodrigues Vieira, de 70 anos, foram presos por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), momentos após descarregarem uma carga de aproximadamente 25 toneladas de polietileno, roubada de uma carreta que seguia para São Paulo. Ao registrar o desvio de rota, a empresa de segurança que monitorava a carreta acionou a polícia, dando início à operação de busca.
A carreta com polietileno havia sido interceptada por três bandidos armados, quando passava pela Rodovia Presidente Dutra, na altura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O motorista do veículo, Ediratran da Silva Freitas, de 39 anos, ficou cerca de 2 horas em poder dos criminosos. Ele foi libertado em um matagal, às margens da rodovia, em Engenheiro Pedreira, em Japeri, onde pediu ajuda em um posto de gasolina. Ediratran contou que, ao perceber que seria assaltado, tentou acelerar a carreta, mas foi alcançado pelo bando, cerca de 20 quilômetros depois. A carreta foi abandonada pelos criminosos na Avenida Meriti, em Vista Alegre, na Zona Norte do Rio.
Os presos Alberto Rodrigues Vieira, Acácio Barbosa do Nascimento e Gilson Fonseca| Foto: Osvaldo Praddo/ Agência O Dia
"Fui rendido por dois homens armados. Me colocaram, inicialmente, na parte traseira da cabine. Os bandidos me bateram porque tentei escapar. Pensei que fosse morrer. Enquanto eles descarregavam a carga, fiquei dentro de uma carro de passeio, refém de um bandido. A seguir, eles me libertaram em um matagal", contou o motorista, que trabalha há 12 anos como caminhoneiro e nunca havia sido assaltado. Além dos agentes da PRF, uma equipe da Delegacia de Roubos e Furtos e Cargas (DRFC) e policiais militares do 39º BPM (Belford Roxo) participaram da operação.
No galpão, de aproximadamente 5 mil metros quadrados, a polícia recuperou a carga roubada e apreendeu uma pistola, munições, um coldre, dois coletes à prova de bala, dois aparelhos de telefone celular, documentos e notas fiscais falsificadas. No depósito também foram encontrados diversas mercadorias, que serão periciadas. De acordo com o delegado titular da DRFC, Deoclésio Assis, o galpão será interditado e os propritetários serão indiciados por receptação de carga roubada. "Vamos instaurar o inquérito para saber o procedência das cargas encontradas no galpão, verificar todas as documentações e ouvir todos envolvidos no caso", disse o delegado. Os três presos foram autuados por receptação, roubo e porte ilegal de armas.
Carga de polietileno responde por cerca de 90% dos registros de roubos nas rodovias
Avaliada em cerca de R$ 125 mil, a carga roubada já teria sido negociada pela quadrilha. De acordo com a polícia, por ser a principal matéria prima para fabricação de recipientes plásticos, as cargas de polietileno tem sido o principal alvo dos bandidos, respondendo, atualmente, por cerca de 90% dos registros de roubos na região.
Segundo o agente da PRF, Fábio Neposiano, os bandidos costumam negociar a carga pela metade do preço, usando notas fiscais falsificadas. "As cargas de polietileno são as mais visadas pelos bandidos. Normalmente, a carga já é negociada antes do roubo. O polietileno é repassado, sobretudo, para fabricantes de garrafas pet. Devido a facilidade das negociatas, o roubo desse material tem sido mais comum, principalmente, nos trechos da Rodovia Presidente Dutra que cortam os municípios da Baixada Fluminense", explicou o policial.
Polícia monitora a ação das quadrilhas
A ação das quadrilhas de roubos de cargas tem sido alvo de investigação. O modo de ação dos bandidos segue a mesma "cartilha", segundo a polícia. Normalmente, segundo os policiais, três criminosos interceptam as carretas. Enquanto dois criminosos rendem os motoristas, um terceiro bandido faz a retirada do mangote de ar da carreta, impossibilitando o movimento do veículo. A seguir, o motorista é retirado do caminhão e levado para um outro local até o descarregamento da carga. "As quadrilhas usam rádios transmissores e aparelhos de última geração para desconectarem o GPS dos veículos. Enquanto parte do bando fica encarregada da carreta, outra parte trabalha no descarregamento, depósito e negociação das cargas", disse o agente da PRF Fábio Neposiano.