Segundo promotor, grupo foi preso para não prejudicar investigações.
Advogados de 3 ex-diretores da casa não comentaram as prisões.
Dez pessoas foram presas neste sábado (24), no Paraná, suspeitas de envolvimento no desvio de R$ 40 milhões da Assembleia Legislativa, em cinco anos. Entre os presos estão três ex-diretores da casa.
O diretor afastado da Assembleia do Paraná foi preso em casa. Saiu sem algemas e com aparência tranquila. Na casa de Abib Miguel, foram apreendidos documentos, um computador, R$ 50 mil em dinheiro e papéis triturados. Os investigadores suspeitam que ele tentava destruir provas.
O ex-diretor do departamento pessoal Cláudio Marques também foi preso. Com ele, os policiais e promotores encontraram armas, munição exclusiva das Forças Armadas e R$ 400 mil. Outro mandado de prisão foi contra o ex-diretor administrativo, José Nassif.
Os suspeitos devem responder por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsificação de documentos e desvio de dinheiro público.
Outros sete funcionários e ex-funcionários da Assembleia também foram presos. De acordo com as investigações, eles eram usados como laranjas dentro do esquema de desvio de dinheiro público. "Esse dinheiro logicamente foi desviado e é difícil achá-lo. Isso caracteriza lavagem de dinheiro, lavagem de ativos", disse Leonir Batisti, procurador de Justiça e coordenador do Gaeco.
Como mostrou o Jornal Nacional em março, Abib Miguel é suspeito de criar uma rede de relações e interesses, que envolveria parentes, amigos e funcionários, com salários entre R$ 17 mil e R$ 35 mil. Segundo a polícia, para esconder o esquema, o grupo fazia as nomeações em atos secretos. E quando as contratações eram publicadas, os diários oficiais ficavam nas mãos de poucos ou eram impressos em edições soltas, sem número, o que dificultava a fiscalização. Quase 60% dos atos da Assembleia do Paraná dos últimos quatro anos estão em diários desse tipo.
Duas agricultoras que moram em casas de chão batido, a 100 quilômetros de Curitiba, são funcionárias da Assembleia, mas nunca compareceram ao trabalho. Mãe e filha tiveram R$ 1,6 milhão depositados em contas bancárias, entre os anos de 2004 e 2009. As duas foram presas, junto com outras cinco pessoas da família, neste sábado.
O irmão de uma delas é funcionário de carreira da Assembleia e apontado pelo Ministério Públco como um dos laranjas de Abib Miguel. A mulher dele, a filha, a sogra e a cunhada também têm ou tiveram cargos na Assembleia. Segundo os promotores, eles não estavam colaborando com as investigações.
A prisão temporária é por cinco dias, mas pode ser prorrogada. Os advogados de defesa dos três ex-diretores não quiseram se manifestar sobre as prisões. Os advogados dos outros sete acusados não foram localizados.
Olá!
ResponderExcluirIsso é deplorável, quem deveria trabalhar com honestidade fazia tudo em benefício próprio. Todas essas pessoas devem sofrer puninção exemplar.
Abraços
Francisco Castro