No Tratado de Copenhague sobre mudanças climáticas, o mundo estará sujeito a algumas surpresas desagradáveis. Ai vai o esboço. Se você ainda não ouviu falar sobre isso, é porque nenhum dos nossos eloquentes líderes políticos têm se incomodado em nos dizer o que os autores deste esboço criaram para que seja aprovado pelos líderes mundiais. E da mesma forma os meios de comunicação também não divulgaram.
Surge então Lord Christopher Monckton. O ex-conselheiro de Margaret Thatcher fez uma palestra na Universidade Bethel, em St. Paul, Minnesota, no início deste mês que causou enorme alvoroço. Pela primeira vez, o público ouviu falar sobre as 181 páginas, datadas de 15 de setembro, que compõem a Convenção sobre o Framework das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, um rascunho do que pode ser assinado em dezembro.
Até agora, o vídeo de sua palestra teve mais de um milhão de acessos no YouTube. E ele merece mais milhões de acessos, porque Lord Monckton adverte que o objetivo do projeto do tratado de Copenhague é a criação de um governo "transnacional", em uma escala que o mundo nunca viu. (Veja o vídeo no final do texto)
O "esquema para o novo arranjo institucional no âmbito da Convenção", que começa na página 18 contém a provisão de um "governo". O objetivo é dar a um organismo ainda sem nome da ONU o poder de intervir diretamente nos assuntos financeiros, económicos, fiscais e ambientais de todas as nações que assinarem o tratado de Copenhague.
A razão para esta tomada de poder é bastante clara: Complicadas cláusulas após cláusulas do projeto obriga os países desenvolvidos a pagar uma "dívida de adaptação" aos países em desenvolvimento para supostamente apoiar a mitigação das alterações climáticas. A cláusula 33 na página 39 diz que "até 2020 a escala dos fluxos financeiros para apoiar a adaptação dos países em desenvolvimento deve ser pelo menos de 67 bilhões de dólares ou na faixa de 70 a 140 bilhões de dólares por ano."
E como é que os países desenvolvidos providenciarão este fluxo financeiro para o mundo em desenvolvimento? O texto do projeto define várias alternativas, incluindo a opção sete, na página 135, que prevê "a taxa global de 2 por cento nas transações monetárias do mercado financeiro internacional dos países do Anexo I". O países do Anexo 1 são os países industrializados, que incluem entre outros os Estados Unidos, Austrália, Grã-Bretanha e Canadá.
Para ter certeza, os países que assinam tratados internacionais sempre cedem poderes a um órgão da ONU responsável pela execução das obrigações do tratado. Mas a diferença é que este tratado parece ter sido sujeito a tentativas incomuns para ocultar seu complicado conteúdo. E, além da dificuldade de tentar decifrar o palavreado da ONU, há uma abundância de cláusulas descritas como "alternativas" e "opcionais" que deve aumentar ainda mais a ira dos países livres e democráticos preocupados em preservar sua soberania.
Lord Monckton mesmo só tomou conhecimento dos poderes extraordinários a serem investidos neste governo mundial quando um amigo seu encontrou um obscuro site da ONU e pesquisou através de várias camadas de hiperlinks, antes de descobrir um documento que não é nem chamado de "esboço de tratado." Ao contrário, é rotulado de "nota do Secretariado"
Entrevistado pelo repórter de rádio Alan Jones em Sydney nesta segunda-feira, Lord Monckton disse que "esta é a primeira vez que eu vi qualquer tratado transnacional referindo-se a um novo órgão a ser criado no âmbito do tratado como um "governo". Mas são competências que serão dadas a este governo totalmente desprovido de eleições é que são tão assustadoras." Ele acrescentou: "A ambição absoluta deste novo governo mundial é enorme desde o início, mesmo antes de começar a dar poderes para si próprio como estas entidades normalmente o fazem".
Os críticos têm admoestado Senhor Monckton por sua linguagem colorida. Ele certamente tem sido vigoroso. Em sua exposição sobre o esboço do tratado de Copenhague, em St. Paul, ele advertiu os americanos de que "nas próximas semanas, a menos que vocês impeçam isso, seu presidente vai assinar sua liberdade, sua democracia e sua prosperidade para sempre." No entanto, os seus críticos não conseguem lidar com a substância do que ele diz.
Pergunte a si mesmo esta pergunta: Tendo em conta que nossos líderes políticos gastam centenas de horas conversando sobre a mudança climática e a necessidade de um consenso global em Copenhague, por que nenhum deles falou abertamente sobre os detalhes deste tratado sobre mudanças climáticas? Afinal, os signatários do tratado final estarao vinculados a ele por anos. O que exatamente eles estão escondendo? Graças ao Lord Monckton agora sabemos alguma coisa de seus planos.
Janos Pasztor, diretor do Secretário-Geral da Equipe de Apoio sobre Mudanças Climáticas, disse aos repórteres em Nova York nesta segunda-feira que com o Congresso dos EUA ainda para votar um projeto de lei sobre mudanças do clima, um tratado global sobre mudanças climáticas é agora um resultado improvável em Copenhague. Vamos esperar que ele esteja correto. E obrigado América.
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