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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Robôs Vivos - "Xenobots": os primeiros robôs vivos criados a partir de células-tronco

Uma equipe de cientistas conseguiu construir “robôs vivos” milimétricos, montados a partir de células de sapos e que poderiam ser usados ​​para fornecer medicamentos, limpar resíduos tóxicos ou coletar microplásticos nos oceanos.
Chamadas de xenobots em homenagem ao sapo com garras africanas (Xenopus laevis) do qual tiraram suas células-tronco, as máquinas têm menos de um milímetro (0,1 cm) de largura , pequenas o suficiente para viajar dentro do corpo humano. Eles podem caminhar e nadar, sobreviver por semanas sem comida e trabalhar juntos em grupos.
Esses são "modos de vida completamente novos", disse a Universidade de Vermont, que conduziu a pesquisa com a Universidade Tufts.

O que são os 'xenobots'?

Cientistas das universidades de Vermont e Tufts projetaram pela primeira vez esses minúsculos robôs biológicos feitos  de células do coração e da pele  de um sapo africano ( Xenopus laevis) . Esses 'xenobots', nomeados em homenagem ao animal de origem, medem aproximadamente meio milímetro.

As células embrionárias são combinadas com células contráteis extraídas de progenitores cardíacos. Eles são reunidos em uma cultura tridimensional e alguns deles começam a se mover sozinhos, porque as células se movem. O que os pesquisadores determinam é a composição pela qual eles fazem certos movimentos.

Como eles foram projetados?

Pesquisadores americanos  começaram a usar um algoritmo evolutivo -  aqueles baseados nos postulados da evolução biológica - para criar milhares de projetos possíveis para essas novas formas de vida. Eles conseguiram graças ao supercomputador Deep Green da Universidade de Vermont. Em seguida, eles aplicaram  regras básicas de biofísica  para estabelecer o que a pele ou as células do coração poderiam fazer e permaneceram com os organismos simulados de maior sucesso.
Depois, eles transferiram esses desenhos para a vida: eles primeiro  coletaram células-tronco “colhidas” de embriões de sapos africanos , e depois as separaram em células individuais e as deixaram incubar.
Mais tarde, com a ajuda de pinças minúsculas e um eletrodo ainda menor, as células foram cortadas e unidas novamente ao microscópio, copiando os modelos obtidos no supercomputador. Montadas em "formas corporais nunca vistas antes" na natureza, as  células começaram a trabalhar juntas , de acordo com um comunicado de imprensa da Universidade de Vermont.
Um xenobot com membros posteriores grandes e membros anteriores menores, em camadas com o músculo cardíaco vermelho.
Então, as células começaram a trabalhar por conta própria: as células da pele se uniram para formar uma estrutura, enquanto as células do músculo cardíaco pulsante permitiram que o robô se movesse por conta própria. Os xenobots ainda têm habilidades de autocura; Quando os cientistas dividiram um robô, ele se curou e continuou andando.
"Estas são novas máquinas vivas ", disse Joshua Bongard, um dos gerentes de projeto e especialista em robótica e computação da Universidade de Vermont, no comunicado à imprensa. “Eles não são um robô tradicional ou uma espécie conhecida de animal. É uma nova classe de artefatos: um organismo vivo e programável . ”

Por que o sapo  Xenopus laevis?

Esse animal foi escolhido basicamente por sua versatilidade e facilidade de trabalhar com ele em laboratório: “é um modelo experimental ao longo da vida; com a qual trabalhamos incontáveis ​​cientistas para coisas muito diferentes, porque é muito gerenciável, come muito bem, adapta-se muito bem ao laboratório ... ".

São tecidos muito conhecidos, o desenvolvimento embrionário de  Xenopus laevis  é super conhecido, e  o objetivo é escalá-lo , fazê-lo com células de mamíferos ou mesmo com células humanas. A idéia dos cientistas não é ficar aqui.
 

Você pode aumentar sua complexidade?

A escalabilidade será o maior desafio que os cientistas enfrentarão.  Os 'xenobots' são apenas um começo, e o desenvolvimento também não está claro.

 
Muitas vezes na ciência, quando você quer subir nessa escala, acaba sendo tão complicado ou tão caro que é abandonado. Como diz um dos membros da equipe de pesquisa, as questões importantes são realmente como as células cooperam, como elas obtêm funções, complexos celulares de várias unidades, como sabem o que precisam fazer e o que não.

Que utilidade eles poderiam ter?

Seus usos potenciais são muito variados,  embora todos ainda estejam longe de se tornar realidade. Os autores falam sobre a detecção de tumores, a limpeza de resíduos radioativos, a coleta de microplásticos nos oceanos, o transporte de drogas dentro do corpo humano ou mesmo a viajar para nossas artérias para raspar a placa . Os Xenobots podem sobreviver em ambientes aquosos sem nutrientes adicionais por dias ou semanas, o que os torna adequados para administração interna de medicamentos.

Como os xenobots funcionam

Os pesquisadores começaram a usar um algoritmo evolutivo - aqueles baseados nos postulados da evolução biológica - para criar milhares de projetos possíveis para essas novas formas de vida. Em seguida, eles aplicaram regras básicas de biofísica para estabelecer o que a pele ou as células do coração podiam fazer e permaneceram com os organismos simulados mais bem-sucedidos e o restante foi descartado.
Então, os biólogos da Tufts  transferiram esses desenhos para a vida : eles primeiro coletaram células-tronco "colhidas" de embriões de sapos africanos, especificamente as espécies "Xenopus laevis" - daí o nome de "xenobots"; depois os separaram em células individuais e os deixaram incubar, continua a declaração. Mais tarde, com a ajuda de pinças minúsculas e um eletrodo ainda menor, as células foram cortadas e unidas novamente ao microscópio, copiando os modelos obtidos no supercomputador.

À esquerda, pegada anatômica do organismo projetado por computador. À direita, o organismo vivo resultante.
Montadas em "formas corporais nunca vistas antes" na natureza, as células começaram a trabalhar juntas, disseram os pesquisadores, explicando que as células da pele formavam uma arquitetura mais passiva, enquanto as do músculo cardíaco eram colocadas para trabalhar criando um avançar mais ordenadamente, exatamente como os algoritmos haviam projetado.
Tudo isso, acrescentaram, auxiliado por padrões espontâneos de auto-organização, permitindo que os  robôs se movam por conta própria . Esses robôs também são totalmente biodegradáveis: quando terminam seu trabalho após sete dias, são apenas células mortas da pele. “Você olha para as células com as quais construímos nossos xenobots e, genomicamente, são sapos; É DNA de cem por cento de sapos ... mas não são sapos ”, disse Levin, que se perguntava o que mais essas células são capazes de fazer.
E é que construir esses xenobots - que continuarão a se desenvolver - é um pequeno passo para decifrar o que esse pesquisador chama de "código morfogenético", que fornece uma visão mais profunda, de uma maneira geral, de como os organismos são organizados e como eles calculam e armazenam informações. Com base em suas histórias e ambiente.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

“Lua de Neve” poderá ser vista neste fim de semana

Imagem de: “Lua de Neve” poderá ser vista neste fim de semana


Neste sábado (08), poderemos observar um fenômeno chamado de “lua de neve”: a primeira superlua de 2020. Superluas, de fato, ocorrem quando nosso satélite natural atinge, em sua órbita, o ponto mais próximo da Terra, conhecido como perigeu, e, além disso, o momento se combina à fase de lua cheia. Nesse instante, a lua parece 14% maior e 30% mais brilhante do que o que estamos acostumados a ver no resto do ano.
No hemisfério norte, esta lua cheia de fevereiro será chamado de “lua de neve”. Esse nome deriva das nevascas que ocorrem por lá neste período do ano.


De acordo com o site Timeanddate, as tribos nativas americanas e os povos da Europa costumavam nomear as luas fazendo associações com as estações do ano. Como o hemisfério norte está passando pelo inverno, nada mais adequado que chamar a lua cheia deste período de lua de neve.
Como ela será uma das luas cheias mais visíveis (a quarta maior) do ano, alguns especialistas a consideram a primeira superlua de 2020.
Devido à escassez de alimentos proveniente do clima frio e seco, algumas tribos também a chamam de “lua de fome”.
Se você pretende observar a lua de neve, o melhor horário será durante a madrugada de sábado para domingo, às 04:33 da manhã (horário de Brasília).

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

É preciso PERDOAR: ciência confirma ligação da mágoa com infarto

É preciso dizer: "Eu te perdoo". A conclusão é da Medicina e da Psicologia que, juntas, começam a comprovar que o corpo reage negativamente a sensações como o ressentimento e a raiva. Os infartos, por exemplo, são associados, em alguns casos, a pessoas que não conseguem perdoar. 
Enquanto isso, o perdão tem sido visto como a possibilidade de viver melhor e com mais saúde. Uma questão não apenas subjetiva, mas que faz parte do campo da saúde. 
A atenção da ciência em relação ao assunto ganhou força nos últimos 15 anos. Os exames mais modernos de imagem como os eletromagnéticos começaram a medir com mais precisão a reação do cérebro e, consequentemente, do coração a situações de estresse similares ao perdão. 
É do cérebro que partem estímulos nervosos para o coração e o resto do corpo. 
A Psicologia, principalmente depois do advento da Psicanálise, em 1920, sempre se interessou pelos processos inconscientes e subjetivos dos seres humanos.  
Em uma mesa do 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), em junho deste ano, a psicanalista Suzana Avezum apresentou uma pesquisa que mostra relação entre o enfarte agudo do miocárdio, quando a circulação de sangue para uma parte do coração é interrompida, e a dificuldade em perdoar. 
A pesquisadora entrevistou 130 pacientes que enfartaram, de 2016 a 2018, e encontrou maior incidência do problema entre aqueles que diziam ter dificuldade para perdoar.  Segundo a Secretaria de Saúda da Bahia (Sesab), neste ano, 2,8 mil pessoas foram internadas depois de sofrerem infarto do miocárdio. Não é possível determinar a causa direta de cada infarto. 
Na Bahia, o tema do perdão na saúde é tratado diretamente por médicos desde 2017, Foi quando surgiu o chamado Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular (Genca), ligado à Sociedade Brasileira de Cardiologia na Bahia. São 14 médicos dedicados no estado.
"Estamos num momento muito aberto uma Medicina um pouco diferente, sem tanta medicação, mas mais sutil, peculiar do ser humano", explica Lucélia Magalhães, cardiologista coordenadora nacional do Genca.   
Até agora, descobertas comprovam, e explicam, como o ato de perdoar age bioquimicamente a ponto de fazer bem ao coração.  
Como o corpo reage 
Todas as situações traumáticas ficam, de alguma forma, registradas no corpo. No corpo, perdoar significa diminuir a quantidade de hormônios de estresse e de desgaste emocional como o cortisol , explica Lucélia,  
É quando a mágoa deixa de ser exclusivamente subjetiva e passa a ser passível de observação, física, palpável. Não há estudos que deem conta dos efeitos medicinais do perdão no corpo de quem o  recebe. Mas quem estuda o perdão está certo de efeitos positivos para ambos.
"Em alguém com raiva crônica, o cérebro fica modificado. Conseguimos ver, com marcadores cintilográficos [método de diagnóstico por imagem] alterações", explica.   
As lesões no coração podem ser causadas justamente nesse processo de alterações que levam a um aumento da frequência cardíaca e até a um processo de inflamação do endotélio, a parte mais interna do coração. 
A médica afirma que os estudos já conseguem apontar possíveis relações entre o câncer e sentimentos como a mágoa, a partir da produção excessiva do hormônio cortisol. Não há, no entanto, nenhum consenso científico sobre essa relação. 
Por enquanto, relata a cardiologista e psicoterapeuta Rosário von Flach, a ciência já atesta que qualquer momento estressante eleva a frequência cardíaca. 
São chamados de momentos estressantes qualquer episódio em que o corpo se vê obrigado a dar um resposta rápida a uma situação. É o que acontece, por exemplo, quando a mente recebe a notícia de uma  traição. 
Se os batimentos cardíacos são mais fortes, é porque o coração está sendo requisitado além da conta, pontua a médica. Outro ponto é que, na resposta a esse estresse, o corpo pode iniciar um processo inflamatório, que é uma resposta natural do corpo a uma possível desregulação interna ou externa como alterações de níveis de hormônios ou lesões físicas.
“O processo que leva ao infarto é justamente a formação de placas interna no endotélio”, ressalta.
O perdão é a possibilidade de deixar de reviver traumas e, com isso, ativar sensações e dores passadas. O ciclo de ativar substâncias danosas, então, é rompido. Não por isso, perdoar significa esquecer. 
Quando falam de perdão, as especialistas também falam de um processo de ressignificação de um trama. E não adianta ser apenas da boca para fora, pois o corpo não pode ser enganado.
“Um dia, algo que tem importância, perde sua força. Quando falo de esquecer, eu falo disso”, ressalta Von Flach.
Mas como perdoar?  
A Medicina já possui um vocabulário próprio para falar do perdão. Aquele que perdoa, por exemplo, é chamado de "magoado", e o outro a quem se destina o perdão, de "objeto". Para medir a disposição para o perdão, geralmente são aplicados questionários que supõem situações hipotéticas nas quais os pacientes precisam se colocar. 
"Medir, diretamente, não conseguimos, porque é uma coisa muito subjetiva. Mas costumamos perguntar: em tal situação, você seria capaz de perdoar?", explica o doutor em Cardiologia Luiz Ritt e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.  
Um momento traumático é registrado pelo corpo e o ressentimento - o ato de sentir de novo - traz à tona sensações passadas. Se a pessoa não conseguir ressignificar o sentimento, haverá um dano no corpo toda as vezes em quea pessoarelembrar um trauma passado. Isso porque as lembranças reativarão os mesmo processos bioquímicos, como a liberação de hormônios, como a situação fosse revivida.  
Embora seja possível comprovar que o perdão é curativo, não há receita de bolo, nem tempo específico, para perdoar. A médica Rosário Von Flach sugere momentos de busca pelo perdão. 
Primeiro, é preciso admitir que o sofrimento existe. Também é necessário dar espaço à vazão de sentimentos que aparecerão, como raiva e ódio. E compreender a humanidade do outro. Se quem magoou é humano, é esperado que erros sejam cometidos - falhas que são, inclusive, recíprocas. Nessa lógica, ninguém é vítima, ninguém é algoz.
O resultado é que quem errou começa a ser colocado numa posição de "educador".
“Quando colocamos aquele que nos agrediu como nosso mestre, porque todo trauma nos ensina, passamos a honrá-lo como nosso mestre”.
Se, até agora, você ainda acha que o perdão é impossível, vale dizer que os traumas, na verdade, são nossas primeiras experiências de vida.  O primeiro grande trauma sofrido é o próprio nascimento, quando somos lançados a força do único mundo conhecido a um universo completamente novo. 
“É uma situação traumática gravíssima. Você  lembra? Eu não. Mas o que foi difícil, depois de sermos bem recebidas, alimentadas, tudo aquilo fica como uma memória traumática que não reativa“, diz a médica. Então, se o nascimento pode ser perdoado, atesta a ciência, tudo pode. 
'Achavam que falar de perdão não era ciência'
Quando, há 10 anos, começou a se interessar pelo tema do perdão, a cardiologista Lucélia Magalhães lembra que, em todo Brasil, eram apenas ela e outros seis médicos. A comunidade médica acreditava que aquilo sequer era ciência. 
“Lá dentro, havia um debate que aquilo não era ciência, mas provamos que é ciência, é baseado em estudos. Achavam que falar de perdão não era ciência", lembra a médica. 
Os seis médicos, ao longo dos anos, viraram 930 - quantidade de médicos cadastrados no Genca Brasil. Se antes, também era escassas as produções científicas, entre cinco e seis no ano, hoje, a média anual é mais que o triplo.  
O assunto do perdão faz parte de um tópico chamado de "espiritualidade" pela Medicina. A espiritualidade, explica o cardiologista Luiz Ritt, é compreendida não sob o ponto de vista religioso, mas como “conjunto de valores morais, mentais e emocionais que norteiam pensamentos, comportamentos e atitudes nas circunstâncias da vida de relacionamento inter e intrapessoal”. 
Neste ano, a Sociedade de Cardiologia lançou uma diretriz especifica espiritualidade e saúde. O documento sugere que os médicos perguntem de modo aberto sobre os valores dos pacientes, por exemplo. 
Hoje, em Salvador, duas faculdades de Medicina têm matérias específicas sobre espiritualidade, segundo Lucélia Magalhães - a Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia e o Centro Universitário UFTC. 
Em agosto de 2017, quando o Genca Bahia foi lançado, em média 240 pessoas se reuniam para discutir questões mais subjetivas ligadas à Medicina.
"Só tende a crescer. Tínhamos que começar com embasamento científico, se não, não conseguiríamos sobreviver", opina Lucélia. 
O doutor em cardiologia Luiz Ritt afirma que ainda não é padrão, nos hospitais, levantar a rotina psicológica do paciente, como ele se relaciona nos momentos de raiva, do que ele sente raiva, se ele é capaz de perdoar. 
A incorporação das demandas ditas espirituais nas consultas depende, no entanto, de cada médico. E das próprias demandas dos pacientes, opina Ritt, que cada vez mais solicitam abordagens mais pessoais e subjetivas. “As pesquisas, nesse sentido, são mais recentes. Acho que estamos num processo de difundir mais esse conhecimento”, finaliza.