Uma campanha de sensibilização alemã, traduzida para português, sobre os abusos sexuais em meninos e em meninas. Nesta ótica, qualquer abuso constitui uma violação à integridade do indivíduo que provoca um trauma que não se resolve virando simplesmente a página sobre o assunto.
Muitas vezes, para se esquecer e para combater a vergonha a pessoa prefere deixar-se desvalorizar caindo na ilusão que domina o sofrimento, mas que na verdade, impede o caminho para a cura. A pessoa acaba por ter muita dificuldade em construir um relacionamento íntimo saudável.
1 - Vídeo da campanha - Meninas, por Wim Wenders:
2 - Vídeo da campannha - Mrninos, por Wim Wenders:
A agressão física já passou mas a pessoa que a sofreu ainda se encontra neste momento à espera que alguem cuide dela.
O silêncio impiedoso, a impotência de não ter reagido, a humiliação vivida, a injustiça sofrida, o sentimento de ter sido traído e/ou outros sentimentos ambivalentes, enraízam-se à volta do sentimento da vergonha que muitas vezes até impede a manifestação de outras emoções como o medo, a tristeza, o desespero, o ódio ou a ira. Noutros casos a vergonha ou a angústia foi tão intensa que o psiquismo para se defender nega ou refuta a recordação do acontecimento.
A pessoa já nem se lembra, mas a sua reação descabida a certas situações, sem se aperceber, indica que a ferida ainda permanece bem viva. Existem também casos em que várias emoções se manifestam, se arrastam, anos a fio sem que consiga libertar-se delas, e que, entretanto, vão desgastando, corroendo, inibindo, destruindo a vida saudável da pessoa.
Por isso, numa primeira fase e para a pessoa se reconstruir, é reconfortante que, sem julgar nem aconselhar, haja um ouvido atento, um olhar respeitoso e uma atenção cuidadosa de alguém especializado num enquadramento em que a pessoa se possa sentir protegida e compreendida para que cada emoção, ao seu ritmo, se possa expressar e ordenar.
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