Estudar em Harvard sem sair de casa

Nos seus 381 anos de história, Harvard pode orgulhar-se de ocupar os primeiros lugares na maioria dos rankings. Aparece sempre no topo da lista das melhores universidades do mundo, possui o maior orçamento (mais de 4.000.000.000 de euros anuais), nas suas salas é onde estudaram o maior número de prémios Nobel e inclusive, William Faulkner (outro Nobel) dedicou-lhe um romance “Absalom, Absalom”, que descreve a vida dos estudantes da instituição.

Dentro das suas várias possibilidades académicas, existe uma escola, a Escola de Negócios de Harvard (HBX), que constitui o local onde se formaram os líderes empresariais do planeta. Realizar um curso nesta instituição é, em muitos casos, um passaporte para um conselho de administração.

Escola de Negócios de Harvard procura colocar-se também na primeira posição relativa à aplicação das novas tecnologias da comunicação no ensino. O resultado desta aposta é uma aula virtual que requer uma implementação de meios mais adequado a um programa televisivo em horário nobre do que a uma instituição universitária. Um total de 60 estudantes pode assistir às aulas a partir de qualquer local do mundo como se estivessem no edifício da HBX enquanto, no espaço onde decorrem as apresentações, uma equipe composta por várias câmeras (um operador de câmera acompanha o professor em todos os momentos para filmar os seus movimentos) torna possível a visualização de todos os pormenores da sala de aula. O professor está sempre  vendo seus alunos, exibidos num enorme videowall com imagens em alta resolução, e os alunos podem interagir entre si, tendo como resultado uma experiência quase que como estivessem no mesmo espaço.

Um artigo da revista Fortune destacava que um dos pontos positivos da HBX Live foi contratar a assessoria de especialistas em transmissões desportivas do canal NBC, para garantir que os streamingsdas  tenham o nível de qualidade técnica que procuravam. A proposta de Harvard está sendo acompanhada de perto por outras instituições educativas, visto que – obviamente sem recurso aos meios que apenas alguns privilegiados podem suportar – aparenta ser uma das linhas do futuro do ensino. Isto é o que pensa Elizabeth Hess, diretora geral da Escola de Negócios: “Gostaria de ver este tipo de ambiente educativo adaptado e utilizado por muitas outras escolas”.

Entrevista e edição: Zuberoa Marcos, Azahara Mígel, George Cirja

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