Publicado em 26.09.2008
Ao comentar matéria do jornal britânico Financial Times, publicada nessa quinta-feira (25), que colocou o Brasil como beneficiário da crise porém com problemas de inflação e de gastos públicos excessivos o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi incisivo: "O Brasil vai sair prestigiado desta crise", afirmou nessa quinta, em entrevista ao programa Conta Corrente, da Globo News.
Mantega disse ainda que, com uma economia sólida e em crescimento; com reservas internacionais e com regras no mercado melhores do que nos países desenvolvidos; o Brasil está no lado dos "vencedores". Ele retrucou ainda que o País é um dos poucos que ainda se mantêm dentro dos limites da meta de inflação. E sobre os gastos: "Eles estão na sua melhor forma", referindo-se ao superávit primário de 6% no primeiro semestre deste ano. "Nunca fizemos essa marca".
Mantega admitiu, porém, que o Brasil já vem sofrendo esta semana os efeitos da crise de liquidez por causa da situação dos bancos americanos. Porém, ele acha que depois de aprovado o pacote de ajuda do governo americano o crédito deve voltar, embora em menor quantidade. "Esse pacote era necessário porque nós tínhamos chegado a uma crise sistêmica: o sistema de crédito estava travando", explicou.
Apesar disso, Mantega relativizou a necessidade de crédito externo por parte do País que, segundo ele, depende fundamentalmente do crédito interno. "Mas sabemos que o Brasil pode ser um dos endereços privilegiados do investimento externo", observou. "Tanto que este ano nós vamos ter US$ 34 bilhões ou 35 bilhões de investimentos externos".
O ministro da Fazenda disse ainda que acha que a queda de preços das matérias-primas (commodities) no mercado internacional será compensada pela valorização do dólar. Apesar disso, ele reconhece que as exportações do Brasil devem sofrer alguma redução por causa da crise financeira internacional. Em compensação, haveria crescimento do mercado interno. "Nem que seja provisoriamente, vamos substituir o mercado externo pelo mercado interno", afirmou o ministro.
Mantega admitiu que a economia mundial deve sofrer uma desaceleração, mas ressalvou que considera pessimistas as previsões de que o Brasil crescerá 3,5% em 2009: "Vai desacelerar de 5,5% para 4,5%", arrematou.
Fonte: AE
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário