Indígenas socorrem companheiros
Os confrontos ocorreram sexta-feira (5), num local conhecido como Curva do Diabo, na região de Bagua, a 710 km da capital do país, Lima. Indígenas bloqueavam uma estrada, em mais um protesto contra as medidas de García, que acusam de entregar a exploração das inúmeras riquezas naturais da floresta amazônica peruana (a maior porção da Amazônia fora do Brasil) a empresas estrangeiras, principalmente dos EUA, cujos governos exerceram pressões nesse sentido.
O protesto chegava então ao seu 45° dia, de forma pacífica. Os indígenas protestavam contra uma série de decretos de Alan Garcia, que têm como objetivo privatizar a água e a terra dos grupos indígenas que habitam a região.
Como forma de protesto contra a brutal repressão, os manifestantes capturaram 38 policiais. No sábado, 22 já tinham sido libertados em uma sangrenta operação de resgate.
Nove policiais foram mortos durante a operação de resgate. Outros sete agentes da repressão ainda estão desaparecidos.
O líder do movimento, Alberto Pizango, apontou que os protestos foram pacíficos até a polícia ter disparado gás lacrimogênio e tiro real a partir de helicópteros contra os manifestantes.
"No século 21, eles continuam a matar-nos a nós, povo indígena, simplesmente por defendermos a nossa vida, a nossa soberania, as nossas terras e a nossa dignidade", disse Pizango, depois dos incidentes.
Pizango teria feito essas declarações na sexta-feira, antes de desaparecer. O dirigente da Associação Interétnica da Selva Peruana (Aidesep), Champion Nonimgo, afirmou que o paradeiro de Pizango é desconhecido. A polícia, de acordo com a mídia peruana, o acusa pela morte de 22 policiais.
A imprensa peruana também especula sobre o paradeiro de Pizango, afirmando que ele pode ter se refugiado na Bolívia, onde pediria asilo político, o porta-voz do governo boliviano, Iván Canelas, disse que "não sabemos nada da suposta entrada na Bolívia do senhor Alberto Pizango".
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