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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Brasileiros descobrem nova fonte de células-tronco

Cientistas brasileiros descobrem por obra do acaso, como inúmeras descobertas na história da ciência que a tuba uterina, a antiga Trompa de Falópio, é rica em células-tronco.
Os pesquisadores querem saber agora por que as tubas, canais que ligam os ovários ao útero, possuem essas células pluripotentes em tamanha abundância.


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Como foi a descoberta das células-tronco nas tubas uterinas (Arte/Folha)

E essa descoberta tem a vantagem de não suscitar questões éticas relacionadas as pesquisas com esse tipo de célula.
Não tínhamos a intenção de extrair células-tronco da trompa de falópio. Na verdade, queríamos cultivar as células do aparelho reprodutor feminino do endométrio, da trompa e até do sangue menstrual para que essas células servissem de suporte para a cultura de células-tronco embrionárias humanas.
Tatiana Jazedje. Bióloga do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP
Extraídas de tecidos descartados de cirurgias como retirada do útero e laqueadura, feitas em seis pacientes, as células, depois de isoladas, se dividiam rápido demais.
Esse fato chamou a atenção de Jazedje e seus colegas da equipe de pesquisadores.

O perfil genético dessas células foi analisado no laboratório e se percebeu que elas "tinham cara de célula-tronco", segundo a pesquisadora. Surpresos, os cientistas resolveram testar a sua capacidade de diferenciação (isto é, de se transformar em diversos tecidos do organismo).

"Precisávamos de três tecidos diferentes para mostrar que era célula-tronco", disse a bióloga. Conseguiram quatro: músculo, gordura, osso e cartilagem.

Os fragmentos de tecido das tubas uterinas "podem representar uma nova fonte potencial de células pluripotentes para medicina regenerativa", já que células-tronco têm potencial para regenerar órgãos, ressaltam os pesquisadores.

Entretanto, a célula-tronco adulta é menos potente do que a polêmica célula-tronco embrionária, capaz de se converter em qualquer tipo de tecido.

A equipe do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP e de mais duas instituições paulistanas publicaram a descoberta no periódico "Journal of Translational Medicine".


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