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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Brasil dará financiamento de US$ 10 bilhões ao FMI, confirma Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje que o Brasil vai dar um financiamento de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com Mantega, os recursos serão repassados ao Fundo por meio de aquisição de bônus da instituição, que serão expressos em direitos especiais de saque, modelo que, segundo o ministro, existia antes e está sendo retomado agora.

"O Brasil vai colocar US$ 10 bilhões agora, e se for chamado, pode aportar mais US$ 4 bilhões para elevar o capital do FMI", explicou o ministro, repetindo algo que já dissera anteriormente: "Antes, nós pedíamos emprestado e agora, somos nós que emprestamos ao FMI".

O ministro da Fazenda explicou que o aporte ao FMI não reduzirá as reservas internacionais brasileiras e será realizado assim que a diretoria do fundo concluir a emissão do bônus que será subscrito não só pelo Brasil, mas também pela China (US$ 50 bilhões), pela Rússia (US$ 10 bilhões) e pela Índia, que ainda não anunciou o valor do aporte.

Mantega destacou que, dessa forma, os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) vão colaborar para reduzir a vulnerabilidade internacional.

Ele lembrou que, em abril, na reunião do G-20, o Brasil se comprometeu, em conjunto com outros países, a ajudar a elevar os recursos do FMI em até US$ 500 bilhões, para ajudar a suprir problemas de liquidez de alguns países que sentiram a crise global de forma mais acentuada.

Mantega explicou que a emissão do bônus é, na verdade, uma aplicação financeira dos recursos das reservas internacionais brasileiras. Ele disse que a maior parte dos recursos das reservas estão aplicados em títulos do Tesouro norte-americano, que estão rendendo pouco. E, o restante, está alocado em outras aplicações sólidas, como esta que será feita com o FMI.

Mantega disse que a vantagem do financiamento ao FMI é que esses recursos ajudarão os países emergentes que estão com escassez de capital neste momento de crise. Mantega destacou que é a primeira vez que o Brasil emprestará recursos ao FMI.

"O Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar ao FMI. No passado, era o contrário", destacou Mantega, lembrando o período em que o Brasil teve de recorrer ao fundo para sair de outras crises.

O ministro destacou o fluxo de capital positivo no Brasil e o aumento das reservas internacionais. "Por isso, poderemos fazer essa transação com o FMI com tranquilidade", disse o ministro.

Ele disse que esse é o segundo passo importante tomado pelo Brasil ao decidir tornar-se credor do FMI. Ele lembrou que o convite foi feito no ano passado e que o Brasil aceitou por ter solidez econômica e recursos suficientes para fazer esses aportes. "Esses aportes são importantes para ajudar a encurtar a crise", disse.

Ele lembrou que alguns países estão reduzindo seus investimentos e o comércio exterior em função da retração econômica e por falta de recursos. Para Mantega, a ajuda brasileira poderá contribuir para a retomada do comércio mundial, com o que o Brasil também se beneficiará.

Ele lembrou que, em abril, na reunião do G-20, o Brasil se comprometeu, em conjunto com outros países, a ajudar a elevar os recursos do FMI em até US$ 500 bilhões, para ajudar a suprir problemas de liquidez de alguns países que sentiram a crise global de forma mais acentuada.

Lula

Mais cedo, em entrevista à agência Reuters, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia confirmado o empréstimo de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional.

"Ontem acertei com o ministro da Fazenda (Guido Mantega) US$ 10 bilhões", disse Lula. "Esse dinheiro entra como empréstimo e o fato de entrar como empréstimo não diminui as nossas reservas. O Brasil não poderia ficar de fora (da contribuição ao FMI)", acrescentou.

Segundo Lula, isso dá ao Brasil "autoridade moral para continuar" reivindicando mudanças "que nós precisamos" no FMI e em organismos multilaterais.

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