RIO - O presidente da Igreja Assembléia de Deus dos Últimos Dias, pastor evangélico Marcos Pereira da Silva, é investigado pela Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais da Polícia Civil do Rio) por suposta prática de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
Segundo policiais da Draco, o pastor teria um patrimônio incompatível Ä que incluiria uma reserva de minas de esmeralda na Bahia e outros bens não-revelados - com o que arrecada em sua igreja. Para os investigadores, isso pode ser um indício de seu envolvimento com o tráfico. Silva é o mesmo pastor que foi chamado pelo secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, para negociar com detentos rebelados da Casa de Custódia de Benfica (zona norte do Rio). O motim ocorreu no final de maio e deixou 31 mortos.
A suspeita dos policiais da Draco é reforçada pelo fato de o traficante Alberico de Azevedo Medeiros, o Derico, apontado como o chefe do tráfico no complexo de favelas de Acari (zona norte), ter sido visto várias vezes no culto que o pastor realiza na comunidade. Derico foi preso há duas semanas em um apartamento em Maringá (PR). O imóvel pertencia a um pastor da igreja.
Os policiais da delegacia apuram o envolvimento de Silva com uma suposta ONG, de nome Infante, localizada no bairro de Acari (zona norte). Segundo investigações, contas de telefones e recibo de viagens supostamente de traficantes estariam em nome da entidade.
Apreensão - Ontem, policiais da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) fizeram uma vistoria em uma fazenda de propriedade de Silva em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). No local, foram encontrados três cavalos que pertenceriam a Derico. Segundo o titular da DRE, delegado Anderson D'Azevedo, a ação fez parte de um inquérito que apura os negócios da quadrilha de Derico e não sobre o pastor. No mesmo local, os policiais apreenderam fitas de vídeo de cultos do pastor em favelas e presídios.
O material está sendo apreciado pelos policiais que pretendem descobrir se criminososparticiparam dos cultos, entre eles Róbson André da Silva, o Robinho Pinga, chefe da facção criminosa TCP (Terceiro Comando Puro), e um outro conhecido como Negro Tula. Um dos criminosos mais procurados do Rio, Robinho Pinga teria sido convertido pelo pastor Marcos Pereira.
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