Ídolo maior dos argentinos, Maradona agora enfrenta resistências como técnico da seleção
Quatro jogos e duas derrotas depois de assumir o cargo de técnico da seleção argentina e de surgir como a grande esperança de reanimar a equipe, Diego Maradona começa a deixar os torcedores desconfiados. O futebol da seleção está bem longe do sonhado pelos argentinos. Não convenceu nem nas vitórias, como mostrou diante da Colômbia (1 a 0 em Buenos Aires). Quarta colocada nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, com 22 pontos, já é seguida de perto pelo Equador, por quem foi derrotada na última rodada, com 20.
A decepção começou com a goleada por 6 a 1 sofrida para a Bolívia, pela 12º rodada das eliminatórias. Meia dúzia de gols foram sentidos, nas palavras do técnico, “como punhaladas no coração”. Depois da vitória sem graça sobre a Colômbia, a seleção de Messi e Tévez tropeçou feio contra o Equador (2 a 0) e deixou constrangidos até os bem-humorados jornais argentinos.
Nesta sexta-feira, em seu site, o "Olé" montou uma galeria com dez imagens de expressões desesperadas de Maradona no último jogo, intitulada “Assim vive Diego”. Em aflição, portanto, com a falta de competência de sua seleção.
Os muros do país ainda não se encheram de cartazes pedindo sua saída – afinal, os argentinos nutrem um grande respeito pelo técnico, que tem até uma igreja própria, a Maradoniana, onde é reverenciado como um deus – mas sua permanência na seleção passa longe de ser unanimidade.
- Maradona é um grande motivador, por tudo o que representa, por sua figura. Mas há carência de planejamento tático, e a Argentina está dividida entre os que não o querem na seleção e os que ainda dão um voto de confiança – avalia Sebastián Torok, repórter do jornal "La Nación".
Messi já é criticado por suas atuações na seleção
Diante da comparação com Dunga, Torok avisa que lá não se faz essa analogia porque “o Brasil é uma potência, e a questão do técnico não é tão fundamental como é para nós”. Ainda assim, acredita que Maradona esteja aprendendo a ser técnico (ele tem como auxiliar o treinador campeão mundial de 1986, Carlos Bilardo) e aponta outra razão para a má fase argentina.
- Messi não joga na seleção nem 50% do que joga no Barcelona – diz, repetindo um mantra que os brasileiros usaram muitas vezes quando comparavam o gaúcho Ronaldinho do próprio Barcelona com o jogador discreto da seleção brasileira.
Messi é, ao lado de Riquelme, o goleador da Argentina nas eliminatórias, com quatro gols cada. Mas, para piorar a situação do treinador, além de Messi não ser o mesmo da Espanha, Riquelme cortou relações com sua seleção enquanto esta estiver sob o comando de Maradona. Disse à época:
- Não temos as mesmas ideias e não podemos trabalhar juntos.
Seu último jogo foi contra o Uruguai, quando a seleção ainda estava sob o comando de Alfio Basile.
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