Os automobilistas do Velho Continente, tal como os Norte-Americanos, já sabem: o futuro, segundo as grandes marcas construtoras, é elétrico.
E na prática não há uma industria , hoje que não tenha no meio dos projetos um modelo híbrido (motor a gasolina acoplado com a um motor elétrico); alguns já estão à venda, enquanto para os elétricos "puros" (exclusivamente com o motor elétrico) será preciso esperar um pouco mais.
Os próximos carros 100% elétricos terão dois defeitos: o preço e a autonomia.
No segundo caso, um carro horrível como o Nissan Leaf custará 35 mil Euros: Enquanto um BMW Série 3 a gasolina, é mais caro apenas (de 2.000 Euros) ou um Mazda 6 Turbodiesel.
Mas sabemos como é: estamos a falando de high tech, tecnologia de ponta, expressões máximas da engenharia do século XXI.
No primeiro caso, os valores anunciados já são ridículos (o já citado Nissan consegue percorrer 160 quilómetros, depois empaca).
Os originais
O carro à direita é um Model 1316 da Woods Electric, construído em 1912: a velocidade máxima era apenas de , 33 km/h, e a autonomia era de 160 km.
O Nissan Leaf atinge os 160 km/h de velocidade, nada mal.
Pena que nestas condições a autonomia fique extremamente reduzida.
E quanto seria a dita autonomia em condições anteriores?
160 quilómetros, o mesmo valor do Modelo 1316 de 1912.
Em quase 100 anos de evolução, a industria automobilística conseguiu a mesma autonomia de um carro de 1912.
E que dizer dos tão badalados híbridos, jóias das coroas dos maiores produtores de carro?
À esquerda o Lohner-Porsche Mixte Hybri, construído entre 1900 e 1905.
Desenvolvido por Ferdinand Porsche, funcionava com um motor elétrico e um motor a gasolina, atingindo a velocidade máxima de 60 km/h. E tinha tração nas quatro.
Era bonito? Não, não era. Porque, o Leaf é bonito?
A verdade é que entre o fim do século XIX e o inicio do XX (até os anos '30), era muito comum ver veículos elétricos nas ruas, tão comum quanto ver um carro a gasolina. Aliás: os carros elétricos eram os mais vendidos.
E a razão era simples: a operacionalidade dos veículos movidos com energia elétrica era simples (não eram necessárias mudanças de marcha), limpa e não barulhenta e a manutenção era reduzida pois não existem radiadores, óleo ou a vela de ignição.
Nessa altura a industria ainda não tinha decidido em qual dos dois tipos de propulsão apostar e os veículos elétricos estavam no mesmo patamar dos a gasolina enquanto prestações de serviço.
O primeiro carro a ultrapassar a barreira dos 100 km/h, por exemplo, foi um carro elétrico (La Jamais Contente, em 1899).
Entre 1910 e 1924 era oferecido um serviço de troca da bateria, praticado pela Hartford Electric Light Company para caminhões elétricos. O proprietário adquiria o veículo da General Electric Company (GVC) sem bateria, fornecida depois pela Hartford: o proprietário pagava uma taxa variável por quilometro e uma taxa de serviço mensal para a manutenção e o eventual guarda do caminhão. Ao longo de 14 anos foram mais de 6 milhões os quilómetros percorridos desta forma.
Elétrico vs. gasolina
Mas, afinal, os carros movidos a gasolina acabaram por suplantar os "irmãos" elétricos. Porquê?
Como resposta é possível fornecer alguns dados:
- em 1859 é aberto o primeiro poço petrolífero dos Estados Unidos, em Pensilvânia.
- em 1870 é fundada a primeira companhia petrolífera, a Standard Oil, de propriedade de um certo J.D.Rockfeller.
- Pouco depois, o governo dos Estados Unidos decidiu não taxar a produção de petróleo.
Assim, o desenvolvimento do motor elétrico parou, para favorecer o mais poluente motor de combustão interna.
E agora, passados 100 anos, as industrias automobilísticas decidiram voltar a propor a mesma tecnologia obsoleta, desta vez com uma camada high-tech e, claro.
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