Numa incrível entrevista ao jornal suíço “La Tribune de Geneve”, Alexander Wohlwend, proprietário do Arabesque Wealth Management, está convencido de que o euro não irá sobreviver à crise actual.
Melhor do que isso, ele confirma as nossas previsões mais sombrias sobre os acontecimentos actuais: para que a moeda única se mantenha, seria preciso alinhar ao mesmo nível todas as economias da zona euro, que é exactamente o que o poder autoritário europeu está a pôr em prática com a tutela dos Estados implicados.
Sem papas na língua, Sr. Wohlwend explica também que “os Estados Unidos planearam e desejaram a criação do euro, com a cumplicidade da Comunidade Europeia, para infectar a Europa com o seu conceito de globalização”.
Como a entrevista não está disponível no site do diário, colocamos abaixo os principais trechos, e o fac-símile da versão impressa.
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Alexander Wohlwend para o “La Tribune de Genève” (trechos):
Eu acredito que a Constituição da Europa em volta da moeda única tem um sentido não-político, económico e cultural. A história mostrou que qualquer moeda, multi-nacional é condenada a explodir quando há desequilíbrios nas economias de quem a partilha. (…)
O euro não escapará à regra pois as diferenças culturais e económicas na Europa são imensas. A crise na Grécia, é apenas o primeiro sintoma. (…)
Poderá ser muito rápido. Eu acredito que dentro de cinco anos os países europeus terão, em grande parte, começado a retirar-se da zona euro. (…)
[O plano de 750 biliões é] uma fuga em frente. (…) A Europa está eufórica pois está drogada com dívida. Esta solução só aumenta a dose da droga criando ainda mais divida! Todo esse dinheiro acabará por ser extraído dos contribuintes, o que poderá conduzir a graves crises sociais. (…)
Foram os Estados Unidos que planearam e desejaram a criação do euro, com a cumplicidade da Comunidade Europeia, para “contaminar” a Europa com o seu conceito de globalização e de lucro máximo a curto prazo. O problema é que, eles criaram uma dívida insondável e desmantelaram a sua indústria, rapidamente imitado pelos Estados europeus.
Além disso, uma vez que eles separaram o dólar do padrão do ouro, eles criaram a moeda a qualquer custo, até baixar de 98% o valor do dólar em relação à onça de ouro. O dólar também está moribundo e o desaparecimento do euro irá beneficia-lo, permitindo-lhe temporariamente permanecer vivo. (…)
Com 2,2 triliões de dólares que a China detém em títulos do Tesouro americano, cada chinês tem uma dívida de 15 mil dólares para com os Estados Unidos. Por enquanto, não é do interesse da China ver a queda do dólar, ela continuará a aumentar suas reservas em títulos do Tesouro, que eventualmente usará para comprar uma grande parte da indústria americana.
E, provavelmente, no meio da confusão, com os países ocidentais, se estes não se protegerem retornando à sua soberania monetária e territorial para reconstruir a base industrial, o único vencedor de uma estabilidade económica de longa duração.
Entrevista por Barraud Emmanuel da TDG
Fonte: Mecanopolis
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