A imprensa britânica destacou neste sábado o caso dos contêineres carregados de lixo enviados por duas empresas britânicas ao Brasil.
Com a manchete "O segredinho sujo do Reino Unido", o "Times" afirma que o Reino Unido foi acusado de despejar "lixo doméstico tóxico e lixo industrial em países em desenvolvimento em dois continentes, violando uma convenção internacional".
Segundo o "Times", nesta sexta-feira à noite, o governo estava pensando em aumentar o controle sobre o cumprimento das regras para o envio de lixo para outros países, depois da descoberta no Brasil e ainda da descoberta de lixo eletrônico britânico em Gana, na África.
Segundo a imprensa britânica, o ministro do Meio Ambiente, Hillary Benn, ordenou a investigação de duas empresas britânicas ligadas ao caso a Worldwide Biorecyclables Ltda. e a UK Multiplas Recycling Ltda que pertencem ao brasileiro Julio Cesar Rando da Costa, que mora em Swindon, na Inglaterra.
Benn teria admitido à imprensa que as leis que regem o envio de lixo para outros países podem não estar sendo devidamente cumpridas, e teria dito ao jornal que "se, depois de olharmos este caso em particular, haja lições a serem aprendidas sobre o cumprimento das leis, faremos isso".
"O Reino Unido "está largando lixo tóxico no Brasil"", diz a reportagem do jornal "Daily Telegraph". "Os contêineres deveriam estar transportando lixo reciclável, mas alega-se que, na verdade, continham lixo doméstico tóxico e lixo industrial", diz o jornal.
No "Guardian", a matéria vem com o título: "Lixo perigoso britânico é deixado para apodrecer nos portos brasileiros".
O diário comenta que a descoberta causou nojo e o medo de que o Brasil esteja sendo usado como depósito de lixo, em violação ao tratado internacional de transferência de lixo perigoso.
O "Guardian" ainda afirma que empresas europeias que tentam burlar regulamentações domésticas, tradicionalmente usam a África como um depósito para lixo perigoso.
O "Independent" também comenta a história, afirmando que "lixo perigoso britânico "é largado em porto brasileiro"".
Segundo o jornal, "a Agência de Meio Ambiente, que é responsável pelo cumprimento da Convenção da Basiléia (que proíbe o envio de lixo tóxico para outros países) no Reino Unido, confirmou que está investigando os envios, que causaram raiva no Brasil".
O "Independent" ainda destaca que as empresas responsáveis pela exportação dos contêineres pertencem a dois imigrantes brasileiros que chegaram ao Reino Unido há seis anos para trabalhar como operários.
E no tabloide "The Sun", a manchete para a história é, simplesmente, "Está fedendo".
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