Escritor americano acompanhou aulas de técnicas para expulsar entidades demoníacas de pessoas, com cerimônias impressionantes
Rio - Numa época em que cada vez mais profissionais procuram pós-graduações, um jornalista americano descreveu um tipo de ‘especialização’ que provocaria arrepios na maioria das pessoas: literalmente, fazer o diabo correr da cruz. Matt Baglio acaba de lançar em seu país o livro ‘The rite’ (O Rito), sobre sua experiência acompanhando um curso em Roma que forma exorcistas.
Em entrevista a O DIA ele falou sobre as cerimônias que acompanhou e disse que, definitivamente, “alguma coisa” fora do normal acontece durante os ritos. Matt descobriu o curso ‘Exorcismo e orações’, em 2005. As aulas aconteciam no Ateneo Pontoficio Regina Apostolarum, uma universidade filiada ao Vaticano. O escritor conheceu, então, o padre americano Gary Thomas, que nunca tinha sequer assistido a um exorcismo, e acompanhou seu treinamento nas aulas e com um exorcista veterano.
Durante o período em que preparou o livro, Baglio conseguiu presenciar 20 cerimônias. “Tive a oportunidade de ver vários exorcismos violentos, mas, durante minha pesquisa, eu já tinha lido e ouvido o bastante para saber o que esperar. Acho que tive mais medo antes de escrever o livro do que depois”, conta.
“Vi uma mulher cuja voz mudou dramaticamente, ficando muito grossa e gutural, o que não soou humano para mim. Também vi casos em que as pessoas reagiram muito violentamente, empurrando e até vomitando”, relata.
Após conversar com vários exorcistas e vítimas, Baglio tem uma certeza: é prematuro descartar a veracidade das possessões. “Mesmo que você não acredite no diabo, como explicar o paranormal? Muitas pessoas racionais e inteligentes, incluíndo médicos e cientistas, tiveram experiências estranhas que simplesmente não puderam explicar pelos meios prosaicos. Talvez em 50 anos a ciência possa explicar o que acontece, mas, até lá, acho que é prematuro eliminar essa hipótese”, afirma.
Parceria com psiquiatras é fundamental para a Igreja
Durante quatro meses, os exorcistas tiveram, entre outras, aulas de história, criminologia, cultos satânico e psiquiatria. Perceber se a pessoa afetada tem problemas psiquiátricos é uma das principais preocupações: a maioria dos que procuram o exorcismo, segundo Baglio, não precisam dele. “A Igreja Católica é muito clara de que o exorcista deve ser o maior cético e eliminar todos os casos de doenças mentais, trabalhando com um psiquiatra ou psicólogo antes do rito”, conta.
Ele diz que conversou com psiquiatras que recomendaram o exorcismo depois de presenciarem fenômenos estranhos. Nem todos os alunos do curso tinham permissão para realizar exorcismos, como Gary.
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