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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Empresas da França já teriam dados da caixa-preta do A330

Desastre. Segundo especialista, tanto Air France quanto sede da Airbus recebem 60% do que é gravado em voo.

Leis francesas não obrigam divulgação do conteúdo antes do fim de investigações.

Patricia Giudice

Mesmo sem encontrar a caixa-preta do Airbus A330, as informações contidas nela já estariam sob poder da empresa aérea Air France e da fabricante do modelo, que também tem sede na França. O tipo de avião carrega um sistema de modem que envia para as empresas, mesmo em caso de pane elétrica, 60% das informações do que ocorreu dentro da aeronave. São as mesmas que estão sendo gravadas pela caixa-preta.

A informação técnica que pode ajudar a elucidar o acidente com Airbus A330 da Air France, que seguia do Rio de Janeiro para Paris com 228 pessoas a bordo e caiu no oceano no último domingo, foi dada ontem pelo professor da Escola Nacional de Seguros e especialista em gerenciamento de riscos, Gustavo Cunha Mello. Contando detalhes sobre a aeronave, Mello informou que todas as empresas aéreas possuem esse sistema que monitora em tempo real os procedimentos do voo.

O problema é que, conforme a legislação francesa, as empresas não são obrigadas a divulgar o conteúdo das gravações nem mesmo para os parentes das vítimas até o final das investigações. "Ao mesmo tempo em que transmite os dados, grava. As empresas já receberam o que tem na caixa-preta, mas não divulgaram", afirmou. Na terça-feira, a diretora geral da companhia Air France, Isabelle Birem, disse que as causas do acidente só seriam conhecidas quando a caixa-preta fosse achada.

Outras formas. Segundo Mello, existem outros meios de entender o que teria causado o acidente, como entrevistar os pilotos que fizeram a viagem entre a França e o Brasil e os que fizeram voos na mesma aeronave.

"É preciso saber dos mecânicos que tocaram nesse avião o que eles fizeram, por que fizeram, quais as peças trocaram, analisar a documentação do avião. Toda a manutenção é documentada, cada parafuso tem um número de série e dá para saber se os equipamentos vinham apresentando alguma pane", explicou.

O especialista disse que ainda tem esperança de que uma das caixas-pretas seja encontrada. Segundo ele, a aeronave possui quatro pares de caixas, idênticos. Cada par tem informações de voz e parâmetros usados pelo piloto nos 30 minutos anteriores ao acidente.

"Toda vez que a caixa-preta sofre algum impacto, ela é desligada. Depois liga automaticamente e começa a emitir um sinal de rádio, tipo um SOS, por 30 dias", informou. Segundo ele, qualquer navio comercial que tenha um radar e passe pelas caixas a uma distância entre 4 km e 6 km poderá identificar a presença dela.

Atentado

Explosão em voo explicaria dispersão dos destroços.

Uma fonte revelou ontem ao jornal francês "Le Figaro" que o Airbus da Air France-KLM estava em condições de se desintegrar antes de cair no oceano Atlântico. Essa teoria se baseia no grande raio de dispersão de destroços do Airbus - objetos foram encontrados em uma área de mais de 300 km. "Isso indica uma explosão que atinge a aeronave durante o voo", explicou.

A desintegração, a cerca de 10 mil metros de altitude, pode ter três causas: um violento fenômeno meteorológico, uma falha do aparelho ou um atentado terrorista. Um especialista em acidentes aéreos lembrou, no "Le Figaro", que a dispersão de restos de avião em centenas de quilômetros ocorreu no atentado ao 747 da PanAm, em Lockerbie, na Escócia, em dezembro de 1988. Ontem a declaração do ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, descartando a explosão do Airbus, provocou indignação na imprensa francesa.

Aeroportos. Segundo um piloto da Air France, a segurança no aeroporto do Rio não é tão rígida como na Europa e nos EUA. Os terroristas decididos a alcançar um francês, disse ao jornal, podem querer tirar vantagem desse "ponto fraco".

"Entre as possibilidades a serem analisadas, essa é a mais remota porque nosso aeroporto internacional é extremamente seguro", afirmou o especialista em gerenciamento de risco Gustavo Cunha Mello.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo, Elton Fernandes, além de uma bomba não passar pela fiscalização do aeroporto, não há histórico de atentado terrorista no Brasil nem motivação para isso.

Ontem a Polícia Federal informou que checou o histórico de todos os passageiros do voo 447 em uma ação conjunta com os EUA e o Canadá. Nenhum deles teria qualquer elo com células terroristas.

Para Deusdedit Carlos Reis, professor de ciências aeronáuticas da Universidade Fumec, é preciso trabalhar com todas as hipóteses. "Mas, até o momento, é tudo especulação", disse Reis. O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kochner, afirmou no Rio que nenhuma hipótese está descartada. (PG)

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