Milhares de iraquianos celebram retirada dos EUA

Milhares de iraquianos celebram nas ruas a retirada das tropas norte-americanas, apesar das medidas de segurança excepcionais para evitar que os atentados estraguem a festa, avança a agência «France Press».

Soldados iraquianos celebram em Ramadi o início da retirada
das tropas americanas do país-

Uma multidão juntou-se no gigantesco Parque Zawra, em Bagdad, para assistir a uma mega-festa. Numa atmosfera descontraída, sujeitaram-se a ser revistados por três vezes, antes de acederem ao jardim onde vão escutar os mais célebres cantores e grupos musicais iranianos.

Inúmeras bandeiras iraquianas misturavam-se com estandartes onde se lia : «Bagdad atravessou momentos difíceis mas hoje é o dia em que reencontrou a sua soberania e a sua independência ».

«Desde 2003 que não vou a uma festa e hoje vim ouvir os cantores que adoro», afirmou Ahmed Ali, 20 anos. Quando o cantor Salah Hassan interpretou «o Iraque é leal ao seu povo», foi o delírio, com os jovens a gritarem de felicidade e os polícias a dançarem.

Todos procuram manifestamente esquecer os dias em que milhares de iraquianos foram raptados, torturados, degolados, abatidos ou massacrados por viaturas armadilhadas.

Outros cantores muitos conhecidos no Iraque mas que vivem no estrangeiro e que tinham interpretado canções pela glória do antigo ditador, Saddam Hussein, também estão presentes.

Durante a manhã, foi feita a passagem da última das 86 posições americanas em Bagdad. Os iraquianos retomaram a posse do antigo Ministério da Defesa no centro da capital, um edifício que estava ocupado desde 2003 pelas forças americanas.

A retirada norte-americana das cidades inscreve-se num acordo de segurança, assinado em Novembro, por Bagdad e Washington e que deve culminar na retirada de todas as tropas norte-americanas do Iraque até 2011.

A segurança nas localidades será agora garantida por 500 mil polícias e 250 mil militares iraquianos e apenas 131 mil soldados americanos poderão ficar nas cidades como formadores e conselheiros. Os restantes ficarão acantonados em acampamentos fora das cidades.

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