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sábado, 19 de dezembro de 2009

Imagens e frases ‘diabólicas’ em discussão

Júlio Cezar Garcia

Quase 25 anos depois de uma polêmica pintura da igreja matriz de Itajobi, a 70km de Rio Preto, ter ido parar no Fantástico da Rede Globo, uma nova reforma do prédio agita os 15 mil habitantes da cidade.

O atual padre responsável pela paróquia, José Anderson Rodrigues, 31, decidiu pintar novamente a igreja. Com isso, ele apagou todas as imagens e mensagens criadas na década de 80 pelo antigo pároco Osmar Ticianelli, e pintadas pelo artista espanhol José Sanches, que residia em Tanabi.

As imagens criadas pelo padre Ticianelli chocavam fiéis mais sensíveis. Misturavam cenas do céu e do inferno com crueza incomum. Nos quadros da via-crúcis, por exemplo, em que Jesus carrega a cruz até o monte Gólgota, onde será crucificado, o diabo espreita seu suplício. E no quadro em que Cristo cai sob o peso do madeiro, o demônio ri e comenta: “Jesus nojento.”


Padre Anderson observa a reforma

Próximo ao altar ficavam desenhos de dois corações com as inscrições: “Mulher de um homem só é mãe.” “Mulher de vários homens é prostituta....”


Inscrição à porta de saída da igreja, com “recado” do diabo

A imagem mais polêmica, que Ticianelli criou como “recado” do diabo aos fiéis, ficava sobre a porta principal, à saída da igreja: “Não volte mais aqui, e esqueça Deus. Vá, e minta, e fale mal, e roube, e calunie, e tapeie, e odeie, e prostitua-se.”


Pinturas de dois períodos

Para o padre Anderson, que está há cinco anos à frente da matriz, a eliminação da pintura foi uma decorrência da reforma que ele empreendeu na igreja. “A igreja vai completar cem anos e a fiação ainda é da primeira metade do século passado, com fios encapados com pano.

Há extensões de até cinco metros de fios desencapados, com ameaça de curto circuito e de incêndio”, justifica. “Além disso, as paredes estavam com infiltrações. Foi preciso quebrar o reboco e pintar de novo. Só pelas imagens, eu não apagaria.”


Teto que será preservado

População apóia e critica
Nos anos 1980, o padre Osmar Ticianelli apagou a pintura original da igreja matriz e provocou enorme repercussão na paróquia. Agora, o atual pároco, padre Anderson, é vítima das reclamações.

“Ele não podia apagar. No mínimo, tinha de consultar os paroquianos”, reclama o agricultor aposentado Júlio Gonçalves, 71. O também aposentado Ivo Polimeno, 76, chega a garantir que o projeto de Ticianelli era inspirado na basílica de São Pedro em Roma.

Padre Anderson admite que há oposição à reforma da igreja. “Mas são só três ou quatro famílias que eram mais ligadas ao padre Osmar.” Já o radialista e jornalista José Cotrin apóia a pintura. “Eram mensagens muito agressivas.”

Anderson contratou a religiosa Laide Sonda, arquiteta com especialização em arquitetura litúrgica e arte sacra, para o projeto de reforma.

Rede Bom dia

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