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domingo, 20 de dezembro de 2009

Visão Empresarial + responsabilidade social = Lucro

Uma rua íngreme do bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, abriga o primeiro hotel da cidade a ser incluído no seleto grupo Relais&Châteaux. Inaugurado há pouco mais de um ano, com o objetivo de ser um hotel boutique de luxo, o Santa Teresa tem curiosas particularidades.

Uma delas é a de ter entre os seus empregados um contingente significativo de moradores do Morro dos Prazeres, a favela mais próxima. Ao escolher um antigo hotel abandonado, que estava embargado pela Protecção Civil, o empresário François Delort olhou para a vizinhança e, em vez de sentir receio, percebeu que poderia agregar ao seu projeto de exclusividade, a tão em voga "responsabilidade social".

Nos três anos em que se dedicou à reforma do imóvel começou a estabelecer relações com as comissões de moradores das três comunidades pobres da região. O passo seguinte foi capacitar profissionais do morro para desempenharem funções no bar, restaurante e spa.

"Gosto muito de ver a elite de Ipanema ser atendida aqui, que é um lugar caro, por moradores de favela. Tenho muito orgulho em mostrar que pessoas pobres podem andar bem vestidas e trabalhar num lugar de luxo", diz ele.

Antes de chegar ao Brasil, há cinco anos, Delort foi diretor da rede europeia Exclusive Hotels. Depois passou um ano até definir qual seria a melhor cidade brasileira para um refúgio de luxo. Quando encontrou o casarão de 1850 percebeu que havia chegado ao seu destino. Era o lugar adequado para o hotel design que pretendia. Melhor ainda: o bairro de Santa Teresa, no centro, com seu casario português e forte influência do período colonial, não possuía nenhum hotel.

Toda a reforma e decoração foram orientadas por Delort, que não usou tintas sintéticas (apenas cal) e pesquisou peças de artistas populares que contassem um pouco da tão diversificada cultura brasileira.

O resultado é um espaço moderno que fala do Brasil sem rusticidade. "Procurei a vanguarda na arte popular. Não gosto de artesanato. Tudo o que há aqui, da arte plumária às esculturas em madeira, possui uma tradição por trás: são expressões do design tropical", explica com o seu forte sotaque.

Os portugueses, em especial os oriundos da Ilha da Madeira, já descobriram o Santa Teresa. Alguns anteciparam as suas reservas para participar do 'L'autre réveillon', a festa que vai acontecer nos diferentes espaços do hotel, como opção à tradicional passagem de ano da praia de Copacabana.

Com uma vista privilegiada será possível ver os fogos 'em três dimensões' e preservar toda a distância da multidão que, ano após ano, toma conta da orla. Como um refúgio silencioso, o hotel ocupa uma área de quatro mil metros quadrados, cercada por jardins, com palmeiras e árvores de fruto, onde habitam micos e tucanos.


Rio de Janeiro é um luxo

Expresso


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