Em cada esquina, surgem diariamente novas igrejas, escolas, escolinhas e faculdades. Abrem-se mercados milagrosos por toda parte. Ofuscar a fé do povo sofrido e desesperado, mesclando-a com atitudes e promessas enganosas, é injetar substâncias nocivas que, aos poucos, geram um vazio interior, até uma descrença e doenças irreparáveis. A educação deve ser prioridade, desde que ministrada com qualidade e reconhecida como o mais essencial serviço público da contemporaneidade.
Por isso, a crítica e a reflexão limitam-se à questão da comercalização desenfreada da fé e da educação, não às religiões e instituições de ensino consistentes. Pessoalmente, considero religião e educação forças que impulsionam o ser humano para os seus fins maiores: realização, qualidade de vida, harmonia, equilíbrio e felicidade. Em princípio, ambas, fé e educação, promovem realização, encontro e diálogo entre a pessoa e o Ente Superior. Sem dúvida, quando assim entendidas e praticadas, há crescimento em todas as dimensões, num clima verdadeiramente pacífico, promocional e fraterno. Vê-se, no entanto, mistura de atos de fé popular com interesses e perspectivas de promoção pessoal e grupal.
A ação educacional e espiritual é forte e rica, quando os seus fins movem e removem a sensibilidade do coração e as potencialidades intelectuais. A partir do momento em que a pessoa descrer da força da fé, da inteligência, da ciência e da educação, deixa, definitivamente, de crescer, de ir ao encontro do bem, da construção de um mundo melhor e do desenvolvimento. Fé e educação não sobrevivem por muito tempo em ambientes enganosos e insalubres, nem aceitam a inseminação de vontades políticas e eleitoreiras. Ambas semeiam ensinamentos de amor e de esperança para a edificação de um ambiente onde as distâncias que separam os seres humanos e o Ente Superior se tornem cada vez menores, até, se possível, se exaurirem por completo.
A hora exige empenho de educadores e comunicadores para integração de uma sociedade mais bem informada, sob todos os aspectos: educacional, cultural, ético, econômico e religioso. Entendemos que a ação das Igrejas que não comercializam milagres e muito menos o próprio Entre Superior pode ser ampliada, a partir da modernização técnica e humana correspondente na área das comunicações.
Os tempos modernos exigem correção da escala de valores, decisões ágeis e decisões transformadoras, para fazer frente às complexas elaborações mentais de parte da humanidade, cada vez mais experta e antiética. Só assim é possível ampliar o número de jovens que venham de fato conhecer e conviver com o verdadeiro Salvador da humanidade, o maior de todos os comunicadores que passou pela terra há 2009 anos.
Pedro Antônio Bernardi é jornalista, professor e economista, consultor e assessor de comunicação social, palestrante, autor do livro Palavra amiga. (pedro.professor@gmail.com)
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