A brasileira que diz ter sido agredida por neonazistas na Suíça passou de vítima a ré nesta quarta-feira (18). Ela foi indiciada formalmente - suspeita de ter mentido para a polícia.
Revista suíça diz que Paula confessou farsa
Foi o Partido Popular da Suíça que pediu o indiciamento de Paula Oliveira. É a sigla do partido, SVP, que aparece escrita com vários cortes na barriga e nas pernas da brasileira. Ela disse que os ferimentos tinham sido feitos por neonazistas e que o ataque teria provocado o aborto das gêmeas que ela estaria esperando. A polícia rejeitou a versão.
O indiciamento foi baseado no artigo 304 do Código Penal suíço: crime contra a administração da Justiça. Paula é acusada de induzir a polícia a erro e pode responder em liberdade, mas não tem permissão pra deixar o país. Se for condenada, corre o risco de passar até 3 anos na prisão.
Para defender a filha, Paulo Oliveira contratou o advogado Roger Muller. Durante entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, eles foram informados de que uma das principais emissoras de TV da Suíça, a Telezuric afirmou que Paula já teria confessado à polícia que inventou toda a história, e que um jornal publicou, inclusive, onde Paula teria comprado o estilete usado pra cortar o próprio corpo.
O advogado não escondeu a surpresa. "Não houve um interrogatório formal com o Ministério Público. Nossa legislação diz que o depoimento de uma pessoa perante a polícia, na ausência do Ministério Público e de um advogado, não tem o valor de uma prova", disse. O pai diz que continua confiando na filha.
Segundo policiais entrevistados pelo jornal “Weltwoche”, uma publicação conservadora ligada ao partido popular, o SVP, Paula teria assinado uma confissão ainda no dia 13 de fevereiro, dizendo que jamais teve contato com neonazistas, e que nunca esteve grávida de gêmeos. A justiça suíça não tem prazo pra concluir o inquérito.
Suspeita
Oficialmente, a polícia de Zurique põe em dúvida a versão de Paula . Segundo a investigação, ela não estava grávida no momento do ataque e poderia ter sido a própria autora dos ferimentos que recebeu. Um tribunal distrital de Zurique designou um advogado para defendê-la e ela teria aceitado, segundo comunicado do Ministério Público. Paula não poderá deixar o país enquanto durar a investigação, segundo o comunicado do Ministério Público. Seu passaporte e seus demais documentos foram bloqueados.
A nota também diz que a investigação policial sobre a agressão, iniciada após denúncia feita por Paula, continuará em curso apesar do indiciamento. O pai de Paula, o advogado Paulo Oliveira, diz que a versão da polícia não passa de "especulações" . Ele acha que a polícia da Suíça está querendo apenas desviar o foco do assunto e insiste que tudo o que está sendo dito tem que ser provado.
Diariodopara
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