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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O caso de Paula Oliveira na Suiça - Esclarecimento da swissinfo

Esclarecimento da swissinfo

Quem acompanha o noticiário atual, soube que swissinfo foi citada e criticada várias vezes no artigo publicado em 19 de fevereiro pela revista semanal suíça “Weltwoche”, de autoria do jornalista Alex Baur.

O artigo trouxe ao conhecimento várias informações confidenciais sobre o testemunho de Paula O. que foram, em parte, confirmadas pelo Ministério Público. Este abriu inquérito contra desconhecido por quebra de sigilo oficial.

Já a swissinfo responde às críticas através de um comunicado à imprensa.

swissinfo.ch: esclarecimento sobre o artigo publicado na Weltwoche

Um artigo, publicado na atual edição da revista Weltwoche, critica fortemente o noticiário produzido pela redação em português sobre o caso de Paula O. swissinfo rejeita as críticas e apresenta pontos pertinentes.

Desde o início a redação em português da swissinfo se esforçou para escrever sobre essa triste história da forma mais equilibrada possível e próxima aos fatos. Ela informou sobre a indignação popular no Brasil e na Suíça, mas não a provocou. Depois ela acompanhou com rapidez outros desenvolvimentos inesperados e comunicou-os aos seus leitores.

Nos artigos da swissinfo todos os lados foram entrevistados ou citados: a família, o governo brasileiro, a Polícia da Cidade de Zurique (com traduções integrais dos comunicados oficiais de imprensa), ONGs e vários representantes do partido União Democrática do Centro (SVP, na sigla em alemão) como, por exemplo, Alain Hauert (porta-voz do partido) ou os deputadosfederais Oskar Freysinger e Yvan Perrin. Disso resulta uma grande quantidade de citações.

A redação em português publica seus artigos no endereço swissinfo.ch como também mantém um blog, cujas contribuições não estão obrigadas a atender a mesma objetividade. A “Weltwoche” confunde muitas vezes artigos, que foram integrados no noticiário, com textos do blog. O artigo declarado como suprimido nunca desapareceu da página.

A indicação sobre os motivos dos corvos (encontrados nos cartazes do partido SVP na última campanha de votação), criticada pela “Weltwoche”, está em um blog do jornal O Globo e foi citada em muitas mídias internacionais. A menção à campanha ocorreu apenas uma vez durante uma entrevista com a Sra. Angst, secretária-executiva da Comissão Federal contra o Racismo.

Para a swissinfo é difícil compreender por que a “Weltwoche” precisamente ataca a swissinfo neste caso, que primeiramente confundiu e ocupou a mídia suíça. Antes da publicação, swissinfo só foi contatada pouco antes do fechamento de edição e durante a ausência do redator-chefe da swissinfo.

Comentários (2) Publicado em Cotidiano por Alexander Thoele

19.02.2009

Ministério Público abre novo processo

O Ministério Público de Zurique anunciou, também na quinta-feira (19) a instauração de um processo contra “desconhecido” por vazamento de informações confidenciais. De fato, a revista semanal suíça Die Weltwoche, publicou, na edição que saiu hoje, um artigo citando fontes próximas da polícia, afirmando que a brasileira Paula O. teria assinado uma confissão quando ainda estava hospitalizada.

O Ministério Público admite, em comunicado divulgado quinta-feira, que parte das informações contidas no artigo são corretas. Com a abertura do processo, o MP quer saber quem forneceu as informações confidenciais à revista.


19.02.2009

Relações entre Suíça e Brasil não serão abaladas

O presidente suíço e ministro das Finanças, Hans-Rudolf Merz, disse nesta quinta-feira (19) que o caso da brasileira indiciada pelo Ministério Público de Zurique por falso testemunho “é um caso menor, que esquentou demasiadamente os ânimos.” Ele comentou o caso em encontro com a imprensa estrangeira. O encontro foi relatado pela agência de notícias espanhola EFE.

“Houve muito barulho na sociedade, porém isso não terá qualquer efeito a nível de Estados”, descartando que o assunto possa deteriorar as relações entre a Suíça e o Brasil.

“Agora teremos um processo penal através do qual se saberá a verdade e não devemos dar mais transcendência a esse assunto”, concluiu o presidente suíço.

Comentários (1) Publicado em Cotidino por Claudinê Gonçalves


19.02.2009

Paula teria confessado o crime, diz revista suíça

Várias mídias na Suíça e no Brasil já estão anunciando a matéria de destaque da “Weltwoche”, conhecida revista semanal helvética e que estará nas bancas do país a partir de amanhã (no site ela acaba de ser publicada). Nela, o seu autor afirma que Paula já teria dado um testemunho claro na última sexta-feira (14 de fevereiro) e que poderia esclarecer o crime. Ela teria sido interrogada por uma agente policial e entrado em contradição. Ao ser informada sobre o conteúdo da análise dos peritos de medicina legal, no qual descobre que não estava grávida, a brasileira teria chorado bastante. Depois feito a confissão e até assinado um protocolo.

Paula não justificou seus atos, mas disse que só conhecia a União Democrática do Centro (SVP, na sigla em alemão, a mesma que entalhara no seu corpo em várias partes) de cartazes. Não existiriam co-autores. Os cortes no corpo teriam sido feitos no banheiro em Stettbach com uma faca comprada na Ikea, um grande atacadista de móveis e utensílios domésticos, guardada na bolsa na manhã do dia em que ocorreu o suposto ataque. O autor do artigo também ressalta que o ato foi premeditado. “O ato não foi espontâneo, mas sim planejado com horas, senão dias, de antecedência”.

Na revista, o jornalista também cita fontes “próximas” da polícia para afirmar que as autoridades teriam uma suposição para explicar as ações da brasileira. Paula teria interesse em ser reconhecida como “vítima” de um crime, o que possibilitaria a ela receber uma indenização. As leis suíças prevêem entre 50 mil e 100 mil francos. “Como advogada, Paula O. deveria conhecer essa peculiaridade das leis suíças”, declara o autor.

Comentários (5) Publicado em Cotidiano por Alexander Thoele

18.02.2009

Confissão aceleraria retorno de Paula ao Brasil, diz procurador

O jornal Tagesanzeiger.ch acaba de publicar informações adicionais à nota divulgada pela Procuradoria Pública de Zurique. Segundo o diário, o procurador público encarregado do caso, Marcel Frei, teria dito que “a mulher continua sendo interrogada. Enquanto esses interrogatórios não forem concluídos, é mantido o bloqueio de seu passaporte e de seus papéis”.

O retorno de Paula O. ao Brasil poderia ser acelerado se ela admitisse que inventou o suposto ataque neonazista. “Se ela me dissesse isso na presença de um advogado, então avançaríamos um enorme passo”, disse Frei ao Tagesanzeiger.ch. Ele ressaltou, porém, que até agora não recebeu uma confissão dessas.

18.02.2009

Paula O. está nua!

Abaixo: E-mail de Paula e ultrassom falso publicados no 20min

Nos últimos dias tenho enfrentado o desafio de cobrir de forma neutra e ponderada a história de Paula Oliveira. A primeira constatação é que existem duas abordagens completamente diferentes do assunto. Elas variam entre o silêncio conspiratório e cacofonia informativa. Isso vale para os dois países.

No Brasil esmiuça-se a vida de Paula Oliveira e revelam-se até seus mais íntimos detalhes, sejam e-mails pessoais, relatos de doenças recentes ou fotos familiares. Parentes e amigos são entrevistados e dão, sem pudor, sua ficha pessoal. Os jornalistas presentes em Zurique sitiam residências e hospitais, obrigando familiares e próximos a chamar a polícia. Afirmações são tiradas do seu contexto e reinterpretadas, fazendo com que a notícia fique do avesso. Retratações são feitas, mas a metralhadora continua a atirar em todas as direções no estilo “uma das balas vai atingir a vítima certa”.

“O Itamaraty nunca sugeriu uma fuga de Paula para o Brasil. Essa foi uma matéria infundada em equívocos”, protestou energicamente Acir Madeira contra uma nota publicada há poucos dias na imprensa tupiniquim e depois rapidamente desmentida pelo próprio jornalista. “Ele ainda nos ligou para se desculpar, mas a retratação continuou pouco clara”.

Chamado especialmente à Suíça para colocar um pouco de ordem no trabalho de imprensa do consulado, Madeira ressaltou que as relações bilaterais entre a Suíça e o Brasil nunca foram afetadas, mas admitiu que houve no início problemas entre as autoridades brasileiras e helvéticas. “A comunicação não foi adequada no início, mas agora está funcionando sem problemas”, assegurou.

Quanto às supostas críticas feitas à Suíça pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores Celso Amorim , o diplomata deu sua interpretação dos fatos. “O chanceler sempre disse que o governo iria esperar a conclusão das investigações. No início é que ele disse que o caso dava uma aparência de ser xenofobia, mas frente aos fatos apresentados até você teria feito o mesmo.”

Na Suíça a situação é mais complicada: a política oficial de “omertà” das autoridades leva os jornalistas à loucura. Ao ligar para o hospital e perguntar se Paula Oliveira receberia alta, a informação obtida foi de que a polícia zuriquense havia centralizado as informações. Telefonei para lá e a resposta: “Nada a declarar”. Na noite de ontem (17.02) ela retornou à casa, algo que foi amplamente noticiado pela imprensa brasileira. Hoje a polícia apenas respondeu que a informação estava correta.

Talvez isso explique porque a imprensa helvética sirva-se abundantemente do noticiário brasileiro, inclusive com ajuda de intérpretes, para traduzir textos e áudios. Qualquer nova notícia é espelhada quase simultaneamente nos jornais e sites da Suíça.

Hoje o jornal gratuito “20min” reproduziu com detalhes a matéria da Época sobre as falsas imagens de ultrassom enviadas por Paula a amigos e incluiu até a reprodução de um e-mail pessoal dela. Já o “Tagesanzeiger” chegou a anunciar em letras garrafais que “Paula já está prestes a partir do país” segundo uma informação que havia sido publicada em um jornal brasileiro. Obviamente o comunicado de hoje da Procuradoria Pública de Zurique desmentiu tudo.

O jornal populista “Blick” já apela para palavras fortes. “Paula O.: expulse-a!” é o título da primeira matéria do site. Eles revelam que dois grupos foram criados na rede social Facebook para pedir que ela seja ejetada do país. Uma das comunidades, intitulada “Expulsão para Paula Oliveira” (Ausschaffung für Paula Oliveira), já tem 1.694 membros. Sua exigência: “Quem inventa essas histórias para prejudicar partidos suíços e o país deve ser expulso!”. Outro grupo faz as mesmas exigências.

Vocês podem ver que a brasileira ainda estará no foco da mídias durante os próximos dias.

Cônsul diz que relações Brasil-Suíça não foram prejudicadas

Em entrevista ao portal suíço 20min.ch, o mais lido da Suíça, a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitória Cleaver, justificou as críticas que fez à política de informação da polícia suíça e negou que tenha agido de forma precipitada no caso da brasileira Paula O..

“O caso causou muito alvoroço no Brasil. As fotos com os cortes na barriga e nas pernas eram preocupantes. Numa situação dessas, é natural que se aja e peça uma investigação imediata das circunstâncias”, disse.

A repórter Annette Hirschberg replicou então que a crítica de Cleaver deu a impressão de que a polícia não agia corretamente. ”Isso não é verdade. Só critiquei na quinta-feira da semana passada o fato de não ter sido informada em todos os detalhes. As primeiras respostas que recebi ao meu pedido de informação eram mínimas. Pedi mais detalhes, mas só fui informada exaustivamente sobre o caso no dia seguinte”, explicou Cleaver. (more…)

Fonte: http://coisasdasuica.swissinfo.ch/

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