Essa cadeira de rodas motorizada "inteligente" é equipada com dois computadores de bordo, que analisam as ondas cerebrais e orientam o movimento, com o auxílio de câmeras e dispositivos espalhados pela casa. Além disso, é dotada de dois sensores a laser, instalados na frente da cadeira, que reconhecem obstáculos imprevistos, como uma pessoa passando, e dependendo da distância, a cadeira pode parar ou desviar, desde que haja espaço para a manobra.
Esse protótipo, produto do esforço de um time multidisciplinar que envolveu o Departamento de Bioengenharia, responsável pela decodificação dos sinais humanos, do hospital San Camillo, em Veneza, e da clínica de reabilitação Maugeri, em Verona, foi construído pelo Departamento de Inteligência Artificial e Robótica do Politécnico de Milão e ainda está em fase de teste de aperfeiçoamento.
O projeto experimental usa processadores de última geração, com baixo consumo de energia e que são integrados a um aparelho capaz de registrar graficamente as correntes elétricas do cérebro.
A planta de um apartamento foi inserida dentro de um dos programas dos computadores. Os cômodos aparecem para o usuário em um display no braço da cadeira de rodas.
Os nomes de ambientes "sala", "cozinha", "banheiro", "quarto", "primeiro andar" e "portaria" piscam continuamente. As opções luminosas estimulam a atividade cerebral que é então capturada por eletrodos e enviadas ao computador.
Bernardo Darseno, um dos pesquisadores, comenta: "eles estão presos em uma touca que cobre a cabeça do usuário, em posição central para receber os sinais que das áreas mais profundas do córtex cerebral". Uma interface entre o cérebro e o computador completa a operação.
Matteo Matteucci, coordenador da pesquisa, destaca um problema em particular: "uma das partes mais complicadas é a análise dos sinais do eletroencefalograma, pois são muito 'sujos', sofrem algumas interferências e são frágeis. O usuário precisa de muita concentração".
A cadeira de rodas se orienta com o auxílio de uma câmera direcionada para o teto dos cômodos. Em cada ambiente existe um adesivo de plástico, cada um diferente dos demais, que permite, em tempo real, a localização do usuário com exatidão.
Os pesquisadores acreditam que a cadeira, que poderá ser usada por pessoas com diversos graus de deficiência física e dificuldades de locomoção, possa chegar ao mercado entre cinco a 10 anos. Além disso, eles apostam que o mesmo sistema poderá ser usado por cidades inteiras para permitir o deslocamento de deficientes com a cadeira "inteligente".
Fonte: Brasilacadêmico
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