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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um caso raro. Conferência episcopal contesta nomeação papal

Os bispos austríacos triunfaram completamente depois de terem protestado contra a decisão do Papa de nomear um pároco ultra-reacionário, Gerhard Wagner, como bispo auxiliar de Linz, na Áustria.

Gehrard Wagner, nomeado no dia 31 de janeiro, renunciou à nomeação no último domingo, dia 15-02-2009.

A reportagem é de Julio Algañaraz, correspondente do jornal Clarín, no Vaticano, 17-02-2009.

A nomeação causou um escândalo ligado ao caso dos quatros bispos lefebrianos, sobretudo o pró-nazista Richard Williamson.

Tanto os casos estão vinculados que na mensagem apostólica divulgada ontem pelos bispos austríacos, reunidos a portas fechadíssimas em Viena, convocados pelo cardeal Christoph Schoenborn, arcebispo de Viena, destacam que os quatro seguidores de Lefebvre foram perdoados por Bento XVI mas não regrassaram “automaticamente” à Igreja.

O bispo Williamson, acrescenta a mensagem, “se desqualificou ao negar a Shoah”.

A crítica ao Papa está apenas velada no final da declaração. “Esperamos que consigam melhorar os insuficientes processos de comunicação também no Vaticano, de modo que o serviço universal do Papa não seja coberto de sombras”.

“Queremos mostrar nosso próprio vínculo com o Papa nestas situações difíceis”, conclui a mensagem, que é o mais dramático pronunciamento dos que foram divulgados pelas conferências episcopais desde que estourou o caso dos quatro bispos lefebrianos.

Trata-se de uma linguagem insólita, que revela a deterioração que sofreu a autoridade de Bento XVI, cujas decisões são teoricamente inapeláveis e indiscutíveis dentro da Igreja.

Quanto ao caso Wagner, que estava presente na reunião dos bispos, a declaração da conferência episcopal austríaca questiona as nomeações pontifícias.

“Tomamos nota do pedido de retirada da nomeação do padre Wagner”, afirma a declaração. “A questão das nomeações de bispos é muito significativa porque na Áustria ela causou muitos problemas nos anos 1980”.

Os bispos advertem, dirigindo-se, sem nomeá-lo, ao pontífice, que não se trata de retornar aos tempo do Kaiser, quando o imperador elegia os bispos austríacos, nem de dar um salto para uma espécie de democracia eclesiástica. Mas pedem ao Papa um melhor “processo de eleição e exame das nomeações. Nos anos 1980 houve “demasiadas controvérsias ligadas às nomeações de bispos, demasiadamente dolorosos conflitos e rupturas na Igreja”.

IHU

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