Uma pesquisa feita pela Pro Teste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, avaliou a segurança de seis grandes marcas de chapinha, aparelho utilizado pelas mulheres para alisar o cabelo, e indicou que apenas uma delas não oferecia risco aos consumidores. A advogada da entidade, Polyanna Carlos, afirmou que eles estão fazendo uma campanha para que o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) certifique e regulamente as normas de segurança dos produtos, principalmente após a morte da jovem Ingrid Regina da Paixão Silva.
Modelo TS-550 da NKS foi a única que passou em teste
Na última quarta-feira (12), a menina de Pernambuco morreu ao receber uma descarga elétrica quando utilizava uma chapinha. Investigações do Conselho Tutelar descartaram negligência dos pais, por terem deixado Ingrid sozinha em casa.
Polyanna explica que a fabricação desse aparelho deveria ser feita com diversos cuidados, especialmente por ser muito utilizado em locais úmidos, como os banheiros, por pessoas descalças e de cabelos molhados, o que aumenta o risco de levar um choque.
Resultados
Das seis marcas testadas em abril deste ano pela associação, a Gama Italy e a Taiff foram reprovadas por falhas em questões elétricas como isolamento, que permite fuga de corrente. Já o aparelho da Remington permite que o consumidor encoste o dedo no plugue ao inserí-lo ou retirá-lo da tomada, o que pode ser perigoso.
Em relação à segurança térmica, as três marcas citadas, além da Britânia e a Mallory foram reprovadas. De acordo com a Pro Teste, todas apresentaram temperaturas superiores a 100°C na lateral plástica da chapinha, o que pode causar queimaduras nas pessoas que estiverem utilizando. Apenas o aparelho da NKS passou no teste de segurança, porém ele também não é recomendado por danificar o cabelo.
Ações
Polyanna recomenda que quem já possui uma dessas chapinhas tome cuidados como estar calçado e utilizar o produto em locais secos. Além disso, qualquer problema deve ser reportado ao fabricante e deve ser feita uma reclamação em órgãos de defesa ao consumidor. “Se for demonstrado que existe uma falha em série, a empresa pode fazer um recall dos produtos”, explicou a advogada.
Ela contou também que outra campanha da associação é por um projeto que obriga a criação de cadastro dos acidentes de consumo, como o que ocorreu com Ingrid.
Polyanna afirma que o número de incidências é alto, porém não há registros específicos, o que dificulta na hora de apontar problemas e tentar reduzir ou até evitar ocorrências.
Nos municípios de São Paulo e Campinas, estão sendo feitas leis que obrigam hospitais a notificar esses casos de acidentes de consumo.
Outros testes
A Pro Teste também avaliou outros tipos de aparelhos elétricos e verificou problemas de segurança em itens como grill (de cozinha), furadeiras e secadores.
Sobre o primeiro produto citado, as notícias são mais animadoras: existem boas marcas no mercado. No entanto, uma delas foi muito mal na avaliação e chegou até a pegar fogo quando passava pela simulação de curto-circuito durante o uso prolongado.
Já em relação aos secadores de cabelo, a Pro Teste considera que a maioria dos modelos disponíveis são perigosos, podem queimar o cabelo e consomem muita energia. As furadeiras também foram reprovadas. Seis das nove marcas avaliadas falharam no teste. Elas não desempenham bem a função e ainda podem dar choque, segundo a associação.
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