Ao contrário do que parafraseia o cantor de pagode na música “Caviar”, o subprime não é coisa de rico como alguns tem afirmado, demonstrando total desconhecimento sobre o cenário econômico. A realidade é que até crise do mercado americano vira artigo de luxo por aqui.
E você? Sabe o que é o tão comentado subprime?
O segmento de crédito imobiliário do mercado americano trouxe ao cenário econômico mundial o jargão “subprime”, que em curtas palavras são operações de empréstimos realizadas a pessoas com histórico ruim de crédito, que se submetem ao pagamento de taxas de juros mais altas e consequentemente dão mais dinheiro aos credores, colocando como garantia o imóvel.
Uma grande massa de americanos de baixa e média renda, em virtude da queda dos juros no início da década adquiriram imóveis, pois aquele era um excelente momento para a compra da casa própria. A complicação começa a nascer quando essas pessoas decidiram refinanciar os imóveis e em seguida hipotecaram os bens pegando o dinheiro vivo em troca, diante do bom momento econômico o excesso de confiança tomou conta da sociedade. Esse dinheiro foi despejado no mercado de consumo, gerando a abertura de novas linhas de crédito.
Como diz o ditado popular, “uma coisa puxa outra”, o número de construções cresceu e o crédito ficou mais fácil do que antes, o preço do imóvel caiu, porém a demanda fez novamente com que esses preços se elevassem e as renegociações foram feitas justamente neste período, o mais errado possível, os preços estavam elevados e o empréstimo valia neste momento mais do que o imóvel hipotecado.
Vamos a um exemplo prático?
Estamos falando da classe subprime, pessoas com histórico de pagamento ruim, certo? Um americano refinanciou seu imóvel por US$ 500 mil e pegou esse dinheiro do banco, agora a casa vale US$ 300 mil e ele desiste do pagamento deixando que o imóvel seja tomado pelo banco.
Quem paga a conta? Adivinha? Os bancos, que abriram à guarda na concessão de crédito, acreditando no aquecimento econômico e estabilidade no preço dos imóveis. Muitos investidores compraram fundos atrelados ao subprime e os bancos, com o desaquecimento do setor imobiliário, tinham menos dinheiro para ressarcir esse público gerando o primeiro axioma, a grande e inevitável verdade: a crise de liquidez, que deixou duas saídas: bloqueio de saques dos investidores ou empréstimo do Banco Central, ambas apontaram para um grave problema no cenário econômico e aí o efeito “dominó” começou.
As bolsas de outros países caem por quê?
Os bancos internacionais aplicam em diversos mercados e buscando honrar com o pagamento, se inicia - nesta fase crítica - o processo de saques do capital investido no mercado externo, causando uma queda coletiva nas bolsas de todo o mundo. Porém, diversos fatores também contribuem para o processo corretivo, como as taxas de juros, elevação do dólar, saída em massa dos demais investidores internos, entre outros.
Ao contrário, existe também o prime, mas este é concedido a pessoas que tem um bom histórico de pagamento, se assemelhando mais a estrofe original da música que inspirou o título deste artigo. Prime é coisa de rico!
Panoramacorporativo
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