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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Apnéia do sono pode queimar calorias

A síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) consiste no bloqueio completo das vias aéreas pelo colapso dos tecidos da orofaringe, palato mole e dorso da língua, durante cerca de 10 segundos, com uma freqüência de no mínimo cinco a 10 vezes por hora de sono e caracteriza-se por deteriorar a qualidade de vida do paciente.

Novas e paradoxais descobertas sugerem um benefício inusitado para esse distúrbio, há muito tempo associado à obesidade: quanto mais o mal progride mais calorias são queimadas pelo paciente.

Eric Kezirian, diretor do setor de cirurgia do sono na University of Califórnia, em São Francisco, mediu o gasto de energia em repouso, ou quantas calorias 212 pacientes com apnéia queimavam durante cinco minutos, quando estavam acordados, mas sem fazer exercícios. Ele extrapolou os cinco minutos da medida para um dia inteiro e concluiu que pacientes com o pior tipo de apnéia queimavam duas mil calorias por dia em comparação com as 1.625 calorias diárias dos portadores de formas mais suaves do distúrbio.

Embora a diferença total da energia gasta não seja muito grande, se for cumulativa poderá ajudar alguns pacientes a perder peso, observa Kezirian. Mas o lado negativo, acrescenta ele, é que o metabolismo acelerado decorrente da forma mais grave da apnéia do sono que tem efeitos colaterais incluindo pressão alta, risco de acidente vascular cerebral e ataques cardíacos.

O paciente apnéico tem em torno de três vezes mais chance de sofrer de hipertensão, arritmias cardíacas e infarto. A sonolência diurna excessiva causada pela má qualidade do sono dos pacientes é responsável por um aumento em torno de sete vezes na possibilidade de acidentes de trânsito e no trabalho

A relação entre a apnéia do sono e mudanças metabólicas ainda não é inteiramente conhecida. O aumento de peso pode contribuir para o distúrbio, mas a apnéia do sono em si pode afetar hormônios importantes do metabolismo, inclusive a lepitina (que nos faz sentir satisfeitos após as refeições) e a grelina (que nos informa quando estamos com fome) e pode também contribuir para a resistência à insulina, um precursor do diabetes.

Equipamentos intra-orais, atualmente disponíveis para minimizar os efeitos da síndrome, conhecidos como máscaras de pressurização ou CPAP (Continuous Positive Air Pressure), apesar de eficientes, por suas características físicas, são muito incômodos para o paciente (ver imagem), o que reduz drasticamente a adesão ao tratamento.


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