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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Renascimento de Moedas Regionais

Segredos do Euro 7

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Rainer Daehnhardt

A grande maioria dos media europeus mantém-se calada em relação ao aparecimento de formas de pagamento regionais, dentro da zona do Euro. O jornal suíço “ZEIT-FRAGEN” (edição de 15 de Dezembro 2008, 16º ano, nº 51), porém, dedicou as suas primeiras duas páginas exclusivamente a este assunto.

Informa que já existem em circulação 16 (dezasseis) moedas regionais, e com crescente aceitação por parte das populações!

Os benefícios regionais são de tal ordem, que, facilmente, podem substituir o Euro, quando tal for considerado conveniente!

Por exemplo, as cédulas, também consideradas vales, denominadas “CHIEM-GAUER “, que de momento já existem em 640 estabelecimentos comerciais nesta zona da Alta Bavária, que aderiram aos pagamentos em notas de

Chiemgauer.

Os “Chiemgauer“ são vales regionais, emitidos com a classificação: “Vereins-interner Régio-Gutschein”, ou seja, vales internos de uma associação regional. São emitidos nos valores de 1, 2, 5, 10, 20 e 50 Chiemgauer, atribuindo-se a cada Chiemgauer o valor de um euro.

O Governo Alemão Federal não sabe o que deve fazer! Se proíbe a circulação, tem parte da população bávara contra si, o que é politicamente inconveniente. Se permite a sua circulação, age contra ordens secretas de Bruxelas, que, preferivelmente não são mencionadas em público. Como a circulação dos Chiemgauer, é “apenas” de três milhões de euros por ano, consideram que o assunto não requer especiais cuidados.

Onde está a diferença entre o Chiemgauer e o Euro? A associação que emite o Chiemgauer assume o dever de reaceitar estes vales e de os pagar em euros.

Nos euros, porém, ninguém assume responsabilidade de nada!

A troca de Chiemgauer por euros tem, porém, um grande senão! Sofre uma desvalorização de 5%. Assim, quem tiver 100 Chiemgauer, que só têm validade na região do Chiemgau, vai ter de os gastar nesta região, para não perder os tais 5%. Não faz sentido levá-los para fora, pois não possuem valor e para os cambiar em euros perdem-se 5%.

Com este sistema, levantou-se a Alemanha nos anos trinta, causando náuseas aos banqueiros globalistas, que não têm assim qualquer lucro.

Com a circulação do Chiemgauer, fica o dinheiro na região, circulando do padeiro para o sapateiro e deste para outro trabalhador, que, de novo, o gasta no talho ou qualquer outro comércio da vila.

Para evitar que alguém acumule esta riqueza criada pela força do trabalho real, limitou-se a sua circulação pelo espaço de três meses, datando todos os vales. Assim, os mesmos têm de ser gastos ou trocados, neste último caso com uma perda de 5%.

Esta ideia da punição indirecta para quem acumulasse riquezas em dinheiro, já fora inventada no século XIII pelo Imperador Frederico Barba Roxa, com resultados altamente benéficos para o bem-estar do seu povo. Podemos assim olhar de forma positiva para a cada vez mais real probabilidade do desaparecimento do Euro. Vai significar um descalabro do sistema financeiro e bancário ainda vigente, mas uma transformação positiva para a Humanidade.

Quem pensa que nós não temos capacidades para criar moeda separada de Bruxelas, engana-se. Já nos anos vinte e trinta do século XX, houve muitas câmaras municipais portuguesas que fizeram frente à falta dos pequenos trocos, emitindo vales camarários, de circulação geral, que corriam como moeda legal.

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Ainda na década dos anos setenta, houve casas comerciais em Ponta Delgada que, perante a grave crise da falta de pequenos trocos, carimbavam fragmentos do seu papel de embrulho, no qual escreviam um valor para vale, devidamente assinado e carimbado pela funcionária da caixa. Outros estabelecimentos houve, que imprimiram vales de pequenos valores, para trocos, com tal qualidade, que o Governo Regional pediu para os mesmos não serem postos em circulação, porque revelavam a grande facilidade com que se poderia criar moeda regional própria, o que era, então, considerado politicamente inconveniente (o resultado foi o arredondamento dos preços, algo altamente prejudicial para a população).

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Mais informações:

www.zeit-fragen.ch

http://www.chiemgauer.info/

http://www.regiogeld.de/

Bibliografia sugerida:

- Kennedy, Margrit, Lietaer, Bernard (2004): “Regionalwährungen- Auf dem Weg zu nachhaltigem Wohlstand, München.

- Gelleri, Christian (2005): “Assoziative Wirtschaftsräume in Fragen der Freiheit”,Bad Boll.

- Gesell,Silvio (1986): “Die natürliche Wirtschaftsordnung – Durch Freiland und Freigeld, Lauf.

- Lietaer, Bernard A. (1999): “Das Geld der Zukunft – über die destructive Wirkung des existierenden Geldsystems und die Entwicklung von Komplementärwährungen, Pössnek.

Fonte

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