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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Battisti: associação italiana defende decisão de governo brasileiro

ROMA, 28 JAN - A associação italiana Antigone, que luta pelos direitos e garantias no sistema penal, declarou apoiar a decisão do governo brasileiro de conceder refúgio político ao ex-militante Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970.

Segundo o presidente da instituição, Patrizio Gonella, a Itália ficou famosa no exterior por uma legislação de emergência imposta durante os anos de chumbo [de 1968 ao início da década de1980]. "As penas durante os anos de chumbo eram desproporcionais", afirmou.

"Além disso, existe na Itália um regime de cárcere-duro para os mafiosos e terroristas (art. 41, bis), que o juiz federal [norte-americano] D.D Sitgraves considera ultrapassar os limites da tortura", explicou o presidente da Antigone.

Gonella também comentou a proposta de alguns políticos italianos de anular o amistoso entre as seleções da Itália e do Brasil, programado para 10 de fevereiro, em repúdio a decisão brasileira, voltando a defender o Brasil. "Agora o Brasil é quem deveria se recusar de jogar com a Itália", pois o país está "aprovando atualmente um projeto de lei racista sobre segurança [o DDL 733], que institui, por exemplo, que um cidadão brasileiro sem permissão de residência na Itália não poderá mais ir a um hospital sem ser denunciado", declarou.

Cesare Battisti, de 54 anos, era militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e recebeu o status de refugiado político no último dia 13 pelo ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, que alegou existir um "fundado temor de perseguição política" contra o italiano caso ele seja extraditado.

Ansa

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