SÃO PAULO - José Lino Mota Freire tem 29 anos e, se passar nas provas finais, será ordenado padre no primeiro semestre de 2010. Sem denotar vaidade, ele afirma se sentir um herói por isso. Em uma época em que valores como consumismo, sucesso financeiro e liberdade sexual são defendidos como princípios universais, abandonar a família, os amigos e a namorada para se dedicar ao sacerdócio é uma atitude que tem sido cada vez menos vista nos jovens. Segundo o padre José Miguel, reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor, em São Paulo, há cerca de dez anos, eram 80 jovens que buscavam o local - última etapa antes da ordenação. Nos últimos três anos, a média caiu para 60. Mais preocupante é o número de ordenações. A média é de sete por ano - metade do que pode ser considerado ideal.
Em conversas, colocamos em 14 o número para atender a demanda da arquidiocese, diz o padre Miguel. Com 905 padres, a arquidiocese atende as regiões da Lapa, Belém, Ipiranga, Sé, Brasilândia e Santana. Entre várias funções, eles atuam em 287 igrejas. Nossa sociedade coloca em xeque valores importantes para a vida do homem, afirma o reitor do seminário. Há necessidade da presença do padre como referência, diz ele.
O padre José Miguel vê a corrupção, o hedonismo, a violência e a relativização dos valores como os desafios que os candidatos a padre devem superar e, uma vez ordenados, ajudar a combater. Nas igrejas, os padres atuam como um pai, irmão, pastor ou psicólogo, diz. As pessoas buscam no padre conselhos que não obtêm em outros lugares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão
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