Obama em Honolulu
O problema é que Warren fez uma campanha acirrada pelo vitorioso voto no "sim" num referendo na Califórnia (simultâneo à eleição presidencial), que emendou a Constituição do Estado para explicitar que o casamento tem de ser consumado entre um homem e uma mulher - o que, na prática, eliminou o casamento entre parceiros do mesmo sexo, embora estes continuem a ter o direito de contrair a chamada "parceria doméstica", que cria quase todos os direitos e deveres legais do casamento.
A briga judicial e política entre defensores e oponentes do casamento gay na Califórnia é antiga e complexa, mas em maio uma decisão da Suprema Corte Estadual (efetivada em junho) foi favorável aos primeiros, levando a uma onda de 18 mil casamentos entre parceiros do mesmo sexo no Estado. A decepção e o amargor do movimento gay americano com a derrota na Proposição 8, portanto, foi profunda. Daí a reação contrariada - ou até mesmo irada, em alguns casos - ao anúncio por Obama de que Warren iria participar da posse.
Num artigo no Washington Post, o colunista Richard Cohen informou que a sua irmã, lésbica que militou intensamente na campanha de Obama, havia cancelado a festa programada para o dia da posse. Para Denis Dilson, do Fundo Gay e Lésbico da Vitória, uma organização de apoio a candidatos homossexuais, a escolha de Warren "foi como um duplo soco no estômago". Um fator agravante são comparações que Warren fez entre a sexualidade gay e o incesto, das quais recuou explicitamente em declarações nos últimos dias.
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