A igreja ao redor da terra precisa solidificar seus jovens na verdade, profunda identidade.
Cerca de um ano atrás, Quênia foi assolada por motins depois das eleições que resultaram em milhares de mortes. Muitos dos assassinos eram jovens desempregados que “achavam que as pessoas os estavam olhando com desprezo”, afirma Muhya Karianjahi, diretor da base-nairobi da Tanari Internacional, um ministério internacional de evangelização de jovens.
Essa história básica se repete ao redor do mundo, sendo responsável por outros focos de conflitos étnicos em 2008, como em Jos, Nigéria e a República Democrática do Congo.
Uma faceta da realidade deste quadro de conflitos é que os mesmos têm acontecido em lugares nos quais o cristianismo se faz bastante presente. O Quênia, como os Estados Unidos, possui aproximadamente 80% de cristãos. A República democrática do Congo possui 95%.
“Há igrejas em praticamente todos esses lugares, com escolas bíblicas e tudo o mais, plantadas em meio a essas terríveis zonas de conflitos”, afirma Paul Robinson, professor do Wheaton College, que cresceu na República Democrática do Congo. “O cristianismo não faz diferença. Essa não é sua prioridade. Os líderes cristãos precisam fazer a si mesmos a seguinte pergunta: Não deveria ser essa uma prioridade?”
Para muitos jovens que cresceram na igreja ao redor do mundo a resposta é: não. Etnicidade é sua identidade padrão. Karianjahi afirma que as “crianças do Quênia estão frustradas porque essa vida não funciona mais”. Quando suas opções falham, falha juntamente sua fidelidade aos princípios cristãos.
Uma dinâmica similar parece estar funcionando nos EUA. Um recente grupo de pesquisa, Barna, descobriu que a maior parte dos cristãos nascidos na igreja a abandonaram antes de completarem 29 anos. A questão para os cristãos americanos está cada vez menos relacionada à ousadia da juventude, e mais relacionada à capacidade de abandonarem a fé diante dos abalos que porventura acontecem. O fato é que não demora muito para que os abalos venham; e eles simplesmente “abandonam o barco”.
Conquanto saibamos que nem todos os que se encontram nos bancos das igrejas de fato se encontram em Cristo, nós precisamos estar atentos à forma como possivelmente estamos discipulando as pessoas em nossas igrejas.
Ao longo da história da igreja, essa atividade tem sido conhecida como catequese, o termo grego para instrução religiosa sistemática. David Kinnaman, presidente e líder de estratégia no grupo Barna, afirma que “líderes estão se dando conta de que não precisamos apenas de catecismo para jovens, mas de um tipo diferente”. Ele diz que um tipo mais personalizado é necessário para jovens, para mostrar a eles que a teologia também está relacionada com a vida fora dos limites da igreja.
Muitos jovens adultos foram questionados sobre questões morais e agora precisam de respostas da igreja sobre sua identidade, sobre como seguir a Cristo a despeito dos desafios e sobre como ter um bom impacto sobre a sociedade. A igreja tem respostas para estas perguntas, mas transmiti-las à próxima geração não tem sido uma tarefa fácil. Karianjahi debruçou-se sobre estas questões, desenvolvendo um ministério para tentar respondê-las. Tanari Internacional utiliza os ritos de passagem conhecidos no contexto eclesiástico, baseados em rituais tribais, para ajudar jovens no cumprimento de sua jornada como cristãos.
Na Universidade Moi do Quênia, Emili Choge, uma professora de ética, tem feito algo similar. “Ao invés de ensinar os valores tradicionais africanos, ou os valores que separam uns dos outros, nós estamos usando os valores cristãos”, disse ela. Eles se utilizam de cerimônias para dizer aos jovens no que eles se tornarão (nesse caso, membros das igrejas), suprem expectativas e dão ênfase a valores comunitários.
Enquanto ensinos personalizados e ritos de passagem podem ajudar muitos jovens adultos, é preciso mais do que um programa para se desenvolver um compromisso com Cristo. A igreja precisa reafirmar regularmente seu ensino, pregação e exemplo de que a lealdade a Deus e a identidade de Cristo deixam todos os demais compromissos no pó.
Copyright © 2008 por Christianity Today International (Traduzido por Daniel Leite Guanaes)
Cristianismo Hoje
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