As novas observações foram realizadas a 6 de Outubro, quando a sonda sobrevoou Mercúrio pela segunda vez, a 201 quilómetros de distância e a uma velocidade de 23.818 quilómetros por hora.
"Combinado com os dados obtidos no primeiro sobrevoo de Mercúrio pela Messenger a 14 de Janeiro e pela Mariner 10 (a primeira nave que passou perto de Mercúrio três vezes em 1974 e 1975), este segundo voo permitiu alargar a superfície total observada a 95 por cento do planeta, precisou Sean Solomon, director do Departamento de Magnetismo Terrestre na Carnegie Institution em Washington e principal cientista da missão.
"A superfície de Mercúrio que pudemos ver de perto pela primeira vez no segundo sobrevoo da Messenger é mais extensa do que a América do sul", acrescentou.
Os instrumentos científicos a bordo da Messenger funcionaram normalmente durante toda a duração do voo e as câmaras fotográficas captaram mais de 1.200 imagens da superfície do planeta, enquanto que o altímetro de laser colocado sob a sonda fazia o relevo topográfico.
Desta forma, os cientistas conseguiram relacionar as imagens de alta definição recolhidas com medições topográficas muito precisas.
"Estas medições topográficas melhoram consideravelmente a nossa capacidade de interpretação da geologia à superfície", afirmou Maria Zuber, directora do departamento de Estudos da Terra, da Atmosfera e das Ciências Planetárias do MIT (Instituto de Tecnologia do Massachusetts) e uma das principais cientistas do projecto Messenger.
A primeira passagem da Messenger e os sobrevoos anteriores da Mariner 10 só tinham fornecido dados sobre o hemisfério oriental de Mercúrio.
"Agora que as câmaras da Messenger fotografaram mais de 80 por cento de Mercúrio, é claro que ao contrário da Lua de Marte, a superfície do planeta é mais antiga e fortemente acidentada por crateras, com grandes planaltos vulcânicos geologicamente mais jovens que se estendem pelo interior ou entre bacias gigantes", explicou Mark Robinson, da Universidade do Estado do Arizona.
As imagens recolhidas durante o primeiro sobrevoo mostravam falésias de várias centenas de quilómetros de comprimento, formadas aparentemente pelo movimento de placas tectónicas no começo da história do planeta.
Outro instrumento da Messenger fez análises da atmosfera muito fina de Mercúrio, nas quais detectou pela primeira vez a presença de magnésio
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