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domingo, 21 de dezembro de 2008

Portugueses desenvolvem medicamento que cria vasos sanguíneos

Conceito já foi patenteado em Portugal e o registo internacional está em curso.

Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram um sistema de transporte de vírus geneticamente transformados capazes de induzir o organismo a gerar novos vasos sanguíneos em poucas semanas, para tratar doenças vasculares.

Com o conceito já patenteado em Portugal e o registo internacional em curso, os investigadores acreditam ter desenvolvido uma via para contornar certos problemas relacionados com a obstrução de vasos sanguíneos, causadora de elevada mortalidade ou diminuição da qualidade de vida e, por vezes, da amputação de membros por falta de irrigação.

Em caso de isquémia, ou seja, de obstrução de uma artéria principal, as vias terapêuticas mais correntes para a sua minimização são a cirurgia ou o tratamento com a introdução de um cateter, que acaba por libertar placas que podem causar tromboses.

Em vez de procurar uma solução que desobstruísse os vasos sanguíneos, os investigadores de Coimbra apostaram numa via alternativa, de angiogênese, que induz o organismo a gerar novos vasos sanguíneos.

Partindo de uma investigação em nanotecnologia para concepção de novos medicamentos, a que se dedica há uma década um grupo na Faculdade de Farmácia e no Centro de Neurociências de Coimbra, foi desenvolvido um transportador capaz de circular pelo sangue e levar a molécula à zona do organismo a tratar.

Criaram micro-esferas com o fármaco adequado no seu interior e características que lhes permitem circular no organismo e iludir os sistemas de defesa. Um escudo de água a envolvê-las torna-as «invisíveis» aos sistemas de defesa do organismo.

Em função da doença, as células em stress expressam certos marcadores à superfície. Foram então estudá-los e, com recurso à engenharia, desenvolveram um mecanismo analogicamente comparável a um GPS, que fizesse ancorar essas cápsulas especificamente nas células doentes e ao entranharem-se nelas aumentassem o potencial terapêutico e minimizassem os efeitos secundários, tóxicos, do tratamento nos tecidos sãos.

IOL

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