Este Blog permanece ativo 24 horas por dia e somente informa os que aqui chegam, com assuntos que circulam pela internet e jornais. Não categoriza nem afirma isso ou aquilo como verdade absoluta. Não pretende desenvolver uma doutrina, nem convencer ninguém. Mas apenas que possamos refletir em assuntos importantes de nosso dia-a-dia. Portanto, tudo que for postado são de conteúdo informativo, cabendo a cada um ter suas próprias conclusões.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Traficante passeava em Mercedes conversível

Rio - Em janeiro, o chefe do tráfico do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Leandro Nunes Botelho, o Scooby, fez uma encomenda especial à sua quadrilha: um carro conversível para circular pela pela cidade. Na noite do dia 22, o presente chegou. Após duas tentativas fracassadas no mesmo endereço, três ladrões roubaram a Mercedes Kompressor SLK200, modelo 2009, numa rua do Recreio dos Bandeirantes. Os passeios com a capota aberta num possante de R$ 204 mil — com placa clonada para não ser pego numa blitz — acabaram ontem durante operação da Polícia Civil na favela.

Foto: Carlo Wrede/ Agência O DIA
Foto: Carlo Wrede/ Agência O DIA
O carrão e mais um Honda Civic 2008, avaliado em R$ 59 mil, foram encontrados por agentes da 20ª DP (Vila Isabel), na Rua Petrocochino, no acesso à comunidade. “O Honda servia de escolta. Era como se o Scooby fosse um cara rico, andando em seu conversível, com homens armados, como seguranças logo atrás”, disse a delegada Roberta Carvalho.

A ação, que contou com cerca de 100 homens de quatro delegacias especializadas e o apoio do carro blindado e dois helicópteros, começou às 6h20. Houve intenso tiroteio no início da Rua Luís Barbosa, mas ninguém ficou ferido. Quatro escolas e duas creches da região não abriram as portas, deixando cerca de 1.600 crianças sem aula.

Agentes da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) apreenderam cocaína, maconha e ecstasy. Também alvos da operação, outros dois líderes do tráfico local — Isaías de Oliveira Cabral, o Borrofe, e seu filho William da Silva, o LG — conseguiram escapar.

Para a 20ª DP, o principal alvo foi atingido: os carros roubados pelo bando. Segundo a delegada Roberta Carvalho, Scooby fez de tudo para forjar a legalidade do Mercedes. Tanto que o conversível exibia a placa de outro carro da marca, do mesmo ano e modelo. O clone, na verdade, tinha como placa original KWA-2845. O Honda também estava com a placa clonada, usando a identificação de um Fiat Idea. Sua placa verdadeira é KVW-1310, e o carro foi roubado na Barra da Tijuca, em 27 de abril.

Fonte


6 comentários:

  1. Punição implacável começa a ser aplicada aos crimes do "Colarinho Branco", (Veja a condenação da empresária Eliana Tranchesi a 94 anos de prisão por fraudes em importações, falsidade ideológica e formação de quadrilha.)

    Diversos juristas criticam duramente a pena imposta entendendo por extremamente rigorosa e excessiva.

    Penas como esta aplicada a Eliana deixa a sociedade com um enorme questionamento sobre os critérios utilizados pela justiça em relação a aplicação da pena.

    O Criminoso Antônio Pimenta Neves, hoje com 72 anos, matou sua namorada, Sandra Gomide e foi condenado a apenas 19 anos de prisão e posteriormente teve sua pena reduzida para apenas 15 anos de prisão.

    Suzane Von Von Richthofen, cumpre 38 anos de prisão por participação no assassinato de seus pais.

    Outro caso é o do traficante de drogas Fernandinho Beira-Mar. Com 42 anos de idade e considerado um dois maiores traficantes de drogas e armas do país. Fernandinho cumpre pena de 110 anos. Parece muito?

    Lembramos também o Ex-Juíz Nicolau dos Santos Neto, condenado a 26 anos de prisão por desviar dos cofres públicos mais de R$ 320 milhões de reais. Hoje ele tem 80 anos e cumpre sua pena em casa.

    De certa forma a sociedade se vê satisfeita quando um criminoso famoso é pego pela justiça mas por outro lado não consegue entender como Eliana, em meio a um tratamento de câncer, frágil e que alega estar pagando as multas impostas é condenada a uma pena bem mais rigorosa do que as aplicadas a outros criminosos.

    Inúmeras pessoas perguntam se o crime noticiado pela imprensa nos casos de criminosos, como, Fernandinho Beira-Mar, Marcola do PCC, da Richthofen, o Ex-Juíz Nicolau, se são mais graves do que os praticados por Dona Eliana, porém cumpre-nos salientar que, no caso em tela, é difícil emitir opiniões pois há de se conhecer os autos do processo para que se possa fazer um pré-julgamento.

    Enfim, até o final do processo a sociedade continuará perguntando: Porque uma pena tão alta para a empresária dona da Daslu, e penas mais “brandas” para crimes considerados mais cruéis?

    http://buenoecostanze.adv.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5323&Itemid=27

    OS ACUSADOS E OS CRIMES LISTADOS:

    Eliana Tranchesi
    - formação de quadrilha (1 a 3 anos de prisão)
    - descaminho consumado (1 a 4 anos) – cometido seis vezes, sendo que a pena pode ser dobrada por uso de meio aéreo
    - descaminho tentado (1 a 4 anos) – cometido três vezes)
    - falsidade ideológica (1 a 5 anos) – cometido nove vezes

    Piva de Albuquerque
    - formação de quadrilha (1 a 3 anos de prisão)
    - descaminho consumado (1 a 4 anos) – cometido seis vezes, sendo que a pena pode ser dobrada por uso de meio aéreo
    - descaminho tentado (1 a 4 anos) – cometido três vezes)
    - falsidade ideológica (1 a 5 anos) – cometido nove vezes

    Celso de Lima (importadora Multimport)
    - formação de quadrilha (1 a 3 anos)
    - descaminho consumado (1 a 4 anos) – cometido seis vezes, sendo que a pena pode ser dobrada por uso de meio aéreo
    descaminho tentado (1 a 4 anos) – cometido duas vezes)
    - falsidade ideológica (1 a 5 anos) – cometido cinco vezes

    André Beukers (Kinsberg)
    - formação de quadrilha (1 a 3 anos)
    - descaminho consumado (1 a 4 anos) – cometido duas vezes, sendo que a pena pode ser dobrada por uso de meio aéreo
    - falsidade ideológica (1 a 5 anos) – cometido duas vezes

    Roberto Fakhouri Junior (Kinsberg)
    - formação de quadrilha (1 a 3 anos)
    - descaminho tentado (1 a 4 anos) – uma vez
    - falsidade ideológica (1 a 5 anos) – cometido uma vez

    Rodrigo Nardy Figueiredo (Todos os Santos)
    - formação de quadrilha (1 a 3 anos)
    - descaminho tentado (1 a 4 anos) – cometido uma vez
    - falsidade ideológica (1 a 5 anos) – cometido uma vez

    Christian Polo (By Brasil)
    - formação de quadrilha (1 a 3 anos)
    - descaminho consumado (1 a 4 anos) – cometido uma vez, sendo que a pena pode ser dobrada por uso de meio aéreo
    - falsidade ideológica (1 a 5 anos) – uma vez

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  2. "As prisões brasileiras são insalubres, corrompidas, superlotadas, esquecidas. A maioria de seus habitantes não exerce o direito de defesa. Milhares de condenados cumprem penas em locais impróprios."

    Nós temos como oferecer um pacto. Mas, aí, temos que seguir até o final a lógica que nós elegemos. Os pactos podem ser os mais diversos, mas têm que ser absolutamente efetivos e estarem realmente no limite das possibilidades do Estado.

    Eu proporia o seguinte:

    "Vocês estão perdidos. Não há o que fazer, a não ser pagar uma merreca por mês para vocês sobreviverem. Mas cuidaremos dos seus filhos. Eles irão receber uma educação tão boa quanto a que qualquer filhinho de papai recebe, e poderão competir no mercado de trabalho em condições minimamente igualitárias. O regime é o capitalismo, mesmo, simplesmente porque não existe outra formação histórica viável neste momento. É o que dá para fazer, enfim. Quem descumprir o pacto não será “reeducado”, nem tentaremos "recuperá-lo", ou coisa que o valha. Será punido, nos termos de uma lei comprometida com aquilo que é possível fazer, em matéria de sistema penal, com o dinheiro que temos, sem comprometer os gastos com educação, que são a nossa prioridade. Irá sofrer. Essa é a essência da punição. Irá sofrer, não tanto para "pagar pelo que fez", mas sim para que todos aqueles que estão fora da cadeia tenham medo das conseqüências de transgredir a lei. A pena pode ser o açoite, a forca, a cadeira elétrica, as galés, ou até mesmo as masmorras que temos hoje, mas será, de qualquer forma, honesta e claramente prevista em lei. Sofrimento ritualizado, para inspirar terror nos inocentes, e incentivá-los a permanecerem “bons”. Nós, da esquerda, não temos vergonha de punir, nem nos sentimos culpados ao fazê-lo."

    Pronto. Podem me odiar. Mas, se tentarem argumentar, verão que o problema é mais complicado do que parece ser.

    João Vergílio em maio 16, 2009 10:05 AM

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  3. Sabedoria Popular

    "As regras políticas brasileiras obrigam qualquer partido que esteja disputando seriamente o poder central a conviver diuturnamente com a ilegalidade.
    O problema não é só o tal caixa-dois. É também (e, na minha opinião, principalmente) o caixa-um. Um empresário só contribui com dinheiro para a campanha de um político se espera benefícios futuros, envolvendo, nos casos mais tradicionais, concorrências fraudulentas e superfaturamento de obras e, nos casos menos comentados, indicações para a mesa de operações do Banco Central, e coisas do gênero. No mínimo, esse empresário deve ter medo de incorrer na ira dos governantes caso não contribua com sua quota. Caixa-um, enfim, é corrupção futura. Paga-se agora, esperando um retorno criminoso meses mais tarde. Já o caixa-dois é falcatrua passada. O Fulano sente a necessidade de lavar dinheiro sujo, e vê na política uma excelente chance para fazer isso. Paga agora, e recolhe depois o dinheiro limpinho, com juros e correção monetária. Todo esse ciclo envolve crimes dos tipos mais variados, cometidos ora pelos políticos financiados, ora pelos agentes financiadores. Juntam-se todos para a consecução daquilo que, aos olhos do bando, deve aparecer como uma variante do "bem comum". Lucro eu, lucra você, lucramos nós, e o resto que se rale."

    João Vergílio em maio 5, 2009 8:45 AM

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  4. Em seu livro A Prisão, o advogado criminalista Luís Francisco Carvalho Filho escreve:

    As prisões brasileiras são insalubres, corrompidas, superlotadas, esquecidas. A maioria de seus habitantes não exerce o direito de defesa. Milhares de condenados cumprem penas em locais impróprios.

    O Relatório da caravana da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados por diversos presídios do país, divulgado em setembro de 2000, aponta um quadro "fora da lei", trágico e vergonhoso, que invariavelmente atinge gente pobre, jovem e semi-alfabetizada.

    No Ceará, presos se alimentavam com as mãos, e a comida, "estragada", era distribuída em sacos plásticos --sacos plásticos que, em Pernambuco, serviam para que detentos isolados pudessem defecar.

    No Rio de Janeiro, em Bangu I, penitenciária de segurança máxima, verificou-se que não havia oportunidade de trabalho e de estudo porque trabalho e estudo ameaçavam a segurança.

    No Paraná, os deputados se defrontaram com um preso recolhido em cela de isolamento (utilizada para punição disciplinar) havia sete anos, período que passou sem ter recebido visitas nem tomado banho de sol.

    No Rio Grande do Sul, na Penitenciária do Jacuí, com 1.241 detentos, apesar de progressos, havia a assistência jurídica de um único procurador do estado e, em dias de visita, o "desnudamento" dos familiares dos presos, com "flexões e arregaçamento da vagina e do ânus".

    Há uma mistura estrategicamente inconcebível de pessoas perigosas e não-perigosas. Há tuberculosos, aidéticos e esquizofrênicos sem atendimento. O cheiro e o ar que dominam as carceragens do Brasil são indescritíveis, e não se imagina que nelas é possível viver.

    Quem ler os trabalhos resultantes das incursões de Percival de Souza (nos anos 70) e Drauzio Varella (nos anos 90), cada um a seu modo, à Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru, o maior presídio do país, verá que, durante décadas, milhares e milhares de homens foram remetidos para um mundo assustador, onde nada é capaz de lembrar propósitos de reabilitação.

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  5. Uma reportagem feita no ano passado por Marcelo Godoy mostra que os crimes do PCC tinham raízes mais antigas. Em belo trabalho investigativo, Marcelo Soares compilou os abastecimentos de automóveis e saques em dinheiro feitos pelas forças policiais naqueles dias. Pelo menos uma testemunha presenciou uma vítima civil implorar por sua vida e ser executado por policiais. Em seu blog, o policial Roger Franchini afirma: Em pleno dia de visita no das mães, mais de 500 presos se rebelaram e tomaram as próprias genitoras e crianças como reféns. Era óbvio que não iriam fazer nada contra elas. E por saberem que sabíamos disso, tomaram como refém também um carcereiro. Se não fosse por ele, teríamos entrado na cadeia e distribuído chumbo e cassetetada em todos.

    No entanto, o balanço publicado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo lista os mortos em duas categorias: policiais militares, civis e guardas, por um lado, e "criminosos", por outro, em implícita afirmação de que nenhum civil inocente foi assassinado pela polícia -- apesar de que a grande maioria das investigações acerca de mortes de civis foram arquivadas e que um levantamento inicial constatou pelo menos 89 assassinatos com característica de execução (sem chance de defesa para a vítima). Na época, o escritor Ferréz denunciou que a lei marcial para pobres inocentes foi decretada. Tendo sofrido uma série de ameaças em seu blog, Ferréz fez outro post insistindo que não ia se calar.

    O blog de outro policial, o Flit Paralisante, traz uma série de denúncias contra a política de segurança em São Paulo. Em 2009, ainda não ocorreram ataques do PCC, o que, para uma especialista, só indica que o controle deles sobre as prisões é absoluto. No Twitter, há uma verdadeira enxurrada de recordações dos eventos de 2006. Os ataques do PCC chegarão às telas do cinema.

    A população carcerária no Brasil vem crescendo ano a ano. Em 1995, eram 148.760 presos: 95,4 para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 1997, eram 170.602 presos, com taxa de encarceramento de 108,6 por 100 mil. Em abril de 2001, já havia 223.220 presos no país: 142,1 detentos para cada 100 mil habitantes. De longe, a maior concentração estava em São Paulo, com 94.737 presos e proporção de 277,7 presos para cada 100 mil habitantes. (Há extensa documentação no site do Ministério da Justiça.)

    http://www.idelberavelar.com/

    Atualização: A lista completa de blogs que estão participando desta conversa virtual já está publicada lá no Pensar Enlouquece.

    http://www.interney.net/blogs/inagaki/2009/05/15/ha_3_anos/

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  6. Sexta, 15 de Maio de 2009

    Há 3 anos...

    Três anos é o prazo após o qual cadáveres que estão em sepulturas individuais vão para covas coletivas, conforme procedimento padrão adotado nos cemitérios públicos de São Paulo. Arual Martins, promotor criminal que trabalha na zona Sul da capital, região que concentrou o maior número de casos no já distante mês de maio de 2006, declarou: "Qualquer apuração criminal, o tempo vai apagando e deixando tudo muito longe. À medida em que o tempo vai passando, tudo vai sumindo. A memória se perde."

    Há 3 anos, São Paulo sofreu a maior onda de ataques contra o Estado em toda a sua história. Tudo começou na noite da sexta-feira, dia 12 de maio de 2006. Cerca de 12 mil detidos foram liberados das cadeias, graças ao indulto concedido por causa do Dia das Mães. Muitos desses homens saíram com uma missão a cumprir: iniciar uma série de atentados, catalisados pela transferência de oito dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), dentre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para a sede do DEIC (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) em São Paulo, e depois para a penitenciária de segurança máxima em Presidente Bernardes.

    Presos rebelaram-se nas cadeias, ônibus foram queimados, bancos e postos policiais foram metralhados. Mas o auge do pânico que assolou a incauta população paulista ocorreu na segunda-feira, dia 15 de maio, quando uma onda de boatos espalhou-se por São Paulo, amplificada pelos noticiários sensacionalistas na TV. Resultado: a maior cidade da América do Sul simplesmente parou. Escolas cancelaram aulas, o comércio fechou as portas, e-mails espalharam o boato de que haveria um "ataque de violência às 18 horas" e São Paulo foi tomada por um inusitado megacongestionamento no meio da tarde, com pessoas aflitas por chegar às suas casas. À noite, William Bonner apresentou o Jornal Nacional fora do estúdio, tendo a marginal do Rio Pinheiros ao fundo, entrevistando ao vivo Cláudio Lembo, governador de São Paulo na época. É um momento significativo: Bonner nitidamente mostra irritação com as respostas de Lembo, interrompendo e contestando as falas do governador em diversos momentos da entrevista.

    (Alexandre Inagaki)

    http://www.interney.net/blogs/inagaki/2009/05/15/ha

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