Este Blog permanece ativo 24 horas por dia e somente informa os que aqui chegam, com assuntos que circulam pela internet e jornais. Não categoriza nem afirma isso ou aquilo como verdade absoluta. Não pretende desenvolver uma doutrina, nem convencer ninguém. Mas apenas que possamos refletir em assuntos importantes de nosso dia-a-dia. Portanto, tudo que for postado são de conteúdo informativo, cabendo a cada um ter suas próprias conclusões.

domingo, 31 de maio de 2009

Vaticano destitui dois bispos africanos por terem mulher e filhos

Para os africanos, ter mulher e filhos é uma bênção do céu. Uma mentalidade da qual participam padres e bispos, que aceitam o celibato porque não têm outra solução, mas, na prática, muitos deles mantêm uma família com total naturalidade. Mas Roma segue apostando no celibato obrigatório e não admite exceções. Por isso, acaba de destituir dom Paulin Pomodimo, arcebispo de Bangui, e dom François-Xavier Yombandje, bispo de Bassangoa e presidente da Conferência Episcopal da República Centro-Africana.

A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada no sítio Religión Digital, 28-05-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.


Dom Paulin Pomodimo, bispo de Bangui

Trata-se de dois dos mais importantes bispos do país centro-africano. Sobretudo, dom Pomodimo que, aos seus 55 anos, era arcebispo da capital, havia sido presidente do episcopado e, além disso, havia tido um importante papel como mediador no recente conflito que assolou o país.

Na última terça-feira, o Vaticano confirmou, em um sucinto comunicado, que Bento XVI havia aceitado as renúncias do arcebispo de Bangui, Paulin Pomodimo, e do bispo de Bossangoa, dom François-Xavier Yombandje, de 52 anos. Roma não indicava a causa das renúncias dos prelados que, depois, se demonstraram forçadas.

No entanto, ambas as renúncias se produziram após a visita que o arcebispo Robert Sarah, de Guiné, e secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, dirigida pelo cardeal hindu Ivan Dias, acaba de realizar ao país. Trata-se do dicastério romano do qual dependem os episcopados dos chamados "países de missão".

A investigação do enviado romano havia concluído que o arcebispo Pomodimo mantinha "uma atitude moral que nem sempre foi conforme à sua decisão de seguir a Cristo em castidade, pobreza e obediência".

O visitador vaticano não foi além disso com relação ao arcebispo. Mas deixava entrever o motivo da destituição dos bispos. Além disso, falando em geral, defende que "muitos sacerdotes do clero local têm mulheres e filhos". E após denunciar os padres que têm "uma vida dupla", convida os que estão nessa situação a abandonar o "ministério".

Talvez por isso, em uma carta aberta ao clero da República Centro-Africana, seu chefe direto, o cardeal Dias, denuncia que "o Corpo de Cristo recebeu muitas manchas por causa de comportamentos escandalosos dos sacerdotes".

E acrescenta: "Não tem sentido negar o que todo mundo sabe. Também não é necessário julgar os motivos e as circunstâncias do mal cometido. Membros do clero nacional, diocesano e religioso, são, de uma forma ou outra, cúmplices da situação atual, e cada um terá que assumir sua própria culpa em proporção a sua responsabilidade pessoal".

Mas os padres da República Centro-Africana não pensam o mesmo que as autoridades romanas. De fato, como sinal evidente do respeito e do carinho que professam ao arcebispo de Bangui, anunciaram, na última quarta-feira, que estavam entrando em greve e que, portanto, não celebrariam nenhum sacramento.

Hoje, no entanto, voltaram atrás e se inclinaram por manter seu protesto contra Roma, mas sem causar prejuízos a seus fiéis. Os padres do país consideram que estão sendo "vítimas de uma campanha de desprestígio dentro e fora do país".

Reunidos no dia 24 na catedral de Bangui, os padres se manifestaram contra a renúncia de Dom Pomodimo e acusaram o Núncio do Papa de "discriminatório, parcial e seletivo" em seu juízo sobre a situação. Asseguravam ainda que os bispos e os sacerdotes brancos do país são "responsáveis por práticas semelhantes".

A República Centro-Africana conta com nove dioceses para atender aos 4,5 milhões de habitantes do país.

Fonte

Usuários online usuários online

Nenhum comentário:

Postar um comentário