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sábado, 20 de dezembro de 2008

Hacker ético?

Kevin Mitnick (1963, Califórnia) foi o hacker mais famoso do mundo. Agora é uma estrela da mídia. Assim como os ex-presidentes do Governo, dedica-se a viajar pelo mundo fazendo Conferências sobre segurança informática a preço de ouro. Engordou, veste-se de forma impecável e levam-no e trazem-no numa impecável Mercedes de cor creme. De certa forma, sua história não difere muito da de Bill Gates, o fundador da Microsoft, com o qual tem até certa semelhança física. Assim como o guru do software, Mitnick está afastado e se dedica ao apostolado da informação segura.

Mitnick é autor de dois livros, o best-seller A Arte de Enganar [Makron Books, 2003], no qual descreve técnicas de invasão de redes com histórias fictícias, e A Arte de Invadir [Makron Books, 2005], com histórias reais de amigos e hackers conhecidos. A reportagem é de Ramón Muñoz e publicada no jornal espanhol El País, 18-12-2008. A tradução é do Cepat.

“Continuo sendo um hacker, mas um hacker ético. Simplesmente, os tempos mudam e, ainda que mantenha o mesmo espírito do que quando era jovem e me dedicava a quebrar as redes de grandes corporações, pode-se dizer que amadureci”, assinala Mitnick.

Chacal da Rede ou Condor, como era conhecido na época em que exercia o papel de pirata, se diverte com contar suas peripécias quando se infiltrava nas redes de grandes empresas, como a Motorola, Nec, Apple, ou de organismos, como o FBI ou o Pentágono. Agora se sente orgulhoso por oferecer seus serviços através de sua empresa, a Mitnick Security Consulting: “As empresas me pagam para que encontre suas vulnerabilidades de segurança. E todos ganham. Eu me delicio fazendo as coisas que gosto de fazer, que é detectar as falhas de segurança e, ao mesmo tempo, ajudo os meus clientes em vez de lhes causar prejuízos. Muitos hackers trabalham agora para as companhias e as agências do Governo”.

Em 1995, depois de uma longa perseguição do FBI – de cujos agentes se burlava localizando-os no celular e brincando de gato e rato –, foi parar atrás das grades. Deparou-se com um hacker legal e talvez mais preparado que ele, Tsutomu Shimomura, aliás o Samurai, que se colocou como desafio prender o homem que havia violado seu sistema informático e ajudou os federais a caçá-lo, convertendo-o numa lenda. “Bom, se contaram muitas mentiras em Takedown (o filme que se fez sobre ele em 1999). Nunca tive uma relação pessoal com Shimomura, apenas me relacionei com seu computador. E não sei nada sobre ele. Creio que está trabalhando para alguma agência governamental porque ninguém ouviu nada sobre ele há muito tempo”.

Não guarda boas lembranças de sua passagem pela prisão – entre 2000 e 2005. À espera de um julgamento que nunca chegava, sofreu um duro regime de isolamento que o proibia de usar qualquer tipo de dispositivo eletrônico (telefone celular, computador ou televisor) inclusive para se comunicar com seu advogado ou sua família. “O fiscal chegou a dizer que me proibiram o acesso a qualquer telefone porque dizia que silvando no celular poderia provocar uma guerra nuclear. Me tratavam como um terrorista negando-me direitos constitucionais como o de ter um julgamento. Parecia como se fosse Hannibal Lecter. Eu não sou, te garanto”.

O ex-hacker não se incomoda com a condenação nem sequer o acordo ao qual teve que chegar com o Governo para que fosse julgado (“me inculpei de coisas que não fiz, mas não tinha mais outro remédio”), mas lhe parece “assombroso” que se fique cinco anos na cadeia por violar a segurança de uma rede informática (“nunca roubei nem um dólar”), ao passo que o financista Bernard L. Madoff, que deu um calote de 37 bilhões de dólares, esteja solto. “A justiça nos Estados Unidos se aplica dependendo do dinheiro que tens e de teu status”.

Os hackers na ativa lhe servem de assessoria na sua cruzada, mas defende a liberdade na Internet e os programas de intercâmbio de arquivos P2P. Sua maior preocupação é concluir a sua autobiografia, uma vez levantado o veto que o proibia de falar de suas experiências, e que logo se converterá em filme.

O hacker prega os dogmas da engenharia social, ciência que permite ganhar a confiança das pessoas ou dos empregados de uma empresa para obter informação delicada ou senhas. Esteve em Madri convidado para participar do Cluster de Segurança organizado pelo Instituto Madrilenho de Desenvolvimento (IMADE).

Unissinos

Um comentário:

  1. Uma vez que fui invadida, fui comprar uma revistinha: "Manual dos hackers" na banca e é claro que não dá para se tornar hacker assim, eu queria saber como me proteger dali em diante.
    Levei um sermão de um velhinho que foi invadido, e como achei graça, ainda achou que eu tava tirando uma da cara dele...

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