14.04.2009
Ele tinha 21 anos. Ela tinha menos dois anos do que ele. Ambos viviam na aldeia de Khash Rod, no distrito de Nimroz, no Afeganistão, junto ao Irão e ao Paquistão, onde tem aumentado a influência dos taliban. Queriam casar-se, mas a união não tinha a aprovação das suas famílias. Ontem foram executados em público.
Estavam a caminho do Irão, para onde tentavam fugir, e foram apanhados e trazidos de volta para a sua aldeia. Foi frente à mesquita que foram mortos a tiro, depois de três responsáveis taliban terem emitido uma fatwa (édito religioso) dando ordem para a morte.
O governador da província Ghulam Dastageer, que deu a notícia à AFP, responsabilizou os taliban pelo acto que qualificou de “insulto ao islão”.
“[Os jovens] eram adultos, nenhum deles era casado, amavam-se e queriam casar-se, tinham fugido das suas famílias que não aprovaram a união”, explicou o governador, sugerindo que os familiares dos noivos terão ligações aos taliban.
Nenhum responsável ou porta-voz taliban estava disponível para comentar, escrevem a AFP e a Reuters.
Os taliban, que se opõem ao Governo apoiado pelos Estados Unidos, têm estendido e reforçado a sua influência em várias zonas do Afeganistão, sobretudo nos últimos três anos. O sul do país tornou-se bastião dos “estudante de teologia”. Estes também controlam zonas remotas em vários pontos do país onde não chegam as forças internacionais, refere a BBC.
As execuções públicas e extrajudiciais em crimes de honra voltaram a ser praticadas nalgumas dessas zonas do Afeganistão. Foram comuns no país a partir de 1996, quando os taliban chegaram ao poder em Cabul e até 2001, quando foram derrubados por uma coligação de forças internacionais liderada pelos Estados Unidos.
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