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sábado, 25 de abril de 2009

Pai da Internet diz que futuro está na web móvel


Consolidar padrões de construção da Internet e fomentar a acessibilidade, especialmente no terceiro mundo e através de telefones móveis são algumas das actuais prioridades no desenvolvimento da Internet, defendeu esta quarta-feira o «pai» da Web, avança a Lusa.


Tim Berners-Lee, considerado o inventor da web por ter desenhado há 20 anos a primeira versão da HTML (a linguagem base de criação das páginas web) falava no discurso de inauguração oficial do 18º Congresso Internacional WWW2009, que decorre em Madrid.

A conferência inaugural de Tim Berners-Lee, uma das «estrelas» do mundo da Internet, era um dos eventos mais esperados do encontro de Madrid, que começou com reuniões técnicas na segunda-feira e se prolonga até sexta.

Lee não deixou a sua reputação em mãos alheias e ao longo de cerca de 30 minutos analisou alguns dos debates mais actuais sobre a Internet, incluindo temas como optimização de motores de busca, publicidade e a mobile web, questões transversais, aliás, no encontro de Madrid.
«Consolidar o esforço de desenvolvimento de padrões»


Num cenário de avanços constantes em hardware e software, Lee insistiu na necessidade de «consolidar o esforço de desenvolvimento de padrões» no desenvolvimento da Internet, especialmente a nível de documentos e «comunidades» online.

A merecer destaque esteve a questão da web móvel e a crescente interacção entre utilizadores, recorrendo a instrumentos e métodos cada vez mais portáteis.

Paralelamente, insistiu na necessidade de responder às preocupações sociais em torno da utilização da Internet, nomeadamente no que toca a questões de privacidade, garantindo que a informação é disponibilizada sempre «em contexto».

Berners-Lee desafiou todos os cientistas da Web a centrarem os seus esforços na construção de uma plataforma cada vez mais sólida, evitando «presumir como vai ser usada», mas procurando capitalizar nos avanços em curso.

Em particular, referiu, é vital acabar com «ilhas» que ainda subsistem, já que as páginas «emparedadas, são uma grande tentação, mas também podem ser uma enorme frustração para o utilizador».

Ampliar acesso mundial à Internet

Nesse sentido defende redes sociais abertas, que melhorem as possibilidades de contribuição dos utilizadores.

Ampliar o acesso mundial à Internet, quando apenas 20 por cento da população global a utiliza, deve ser outra prioridade, devendo reconhecer-se que nos países mais pobres o primeiro contacto pode surgir por telemóvel, mais barato do que um computador.

«É por isso imprescindível tornar a rede mais acessível para estes dispositivos», garantindo que o acesso à Internet não dependa de acordos comerciais.

Paralelamente, Berners-Lee defendeu o desenho de páginas online que sejam «moduláveis» e onde se procure um crescente diálogo entre as várias linguagens de programação.

«Precisamos de que a Internet seja mais colaboradora e menos estática», afirmou.

Twitter sempre presente

Além dos muitos fotógrafos e operadores de imagem, a abertura oficial do encontro caracterizou-se pelo elevado número de «twitters», utilizadores de uma ferramenta online que permite digitar pequenas mensagens de até 140 caracteres para dizer, em qualquer momento, o que se está a fazer.

No ciberespaço, a conferência inaugural foi assim acompanhada com a ajuda de dezenas de twitters a saudarem as referências do príncipe da Astúrias, Felipe de Borbon, a aspectos como a Web 2.0, a Web 3.0, as redes sociais online e a «rede semântica».

Outros optavam por comentar a intensidade dos flashes dos fotógrafos ou a falta de baterias nos portáteis que estavam a dificultar continuar online.

«Ainda bem que temos o twitter e um telemóvel», comentou um dos presentes na sala.
«Talvez os príncipes fiquem para o café. Este é o último twitt antes de a bateria morrer»,
sublinhava outra.

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