Família da vítima afirma que ela não usava drogas; jovem já havia sido atendida por ter bebido em excesso.
"A Polícia Civil considerou a morte "suspeita", mas o delegado do 1º DP de Ilhabela, José Luiz Tibiriçá, só deve se manifestar após a divulgação dos exames. O MSC Opera foi fretado pela Forma Eventos para o cruzeiro universitário que saiu de Santos na quinta-feira com destino ao Rio. Havia mais 1.800 passageiros a bordo.
Após passar mal às 16h30 da sexta-feira, Isabella foi atendida por médicos do navio. Ao ser verificada a gravidade do caso, policiais federais foram chamados, constataram a morte e ouviram amigos da vítima. Uma das colegas disse que Isabella bebeu muito, mas não usou drogas. Ela já teria sido atendida no posto médico do navio outra vez, por bebida em excesso.
Também na sexta-feira, foi feita revista na cabine da estudante com a presença do comandante do navio e uma amiga da jovem. Segundo o boletim de ocorrência, a cabine já havia sido arrumada e nada de suspeito foi encontrado.
Enterro
Tanto no sepultamento quanto no velório, realizado no Memorial Bauru a partir das 20 horas do sábado, o clima foi de silêncio, tristeza e comoção. Durante o enterro, a mãe da estudante, a empresária Maria Lúcia Araujo Baracat, teve de ser amparada por amigos para não cair. O pai de Isabella, o médico endocrinologista Carlos Antonio Negrato, que entrou em estado de choque ao ser informado sobre a morte da filha e passou o sábado internado no Hospital da Unimed, em Bauru, foi liberado pelos médicos para participar do velório e do enterro.
A família de Isabella não quis falar com a imprensa e pediu que os jornalistas ficassem afastados. Apenas o advogado, Célio Amaral, deu declarações. "Ela entrou saudável, com objetivo de se divertir. Isabella não tinha convivência com bebida alcoólica, não tinha hábito de beber. Ela era meiga, culta, estudiosa, trabalhava. Pagou com seu dinheiro a viagem. Todo mundo gostava dela. A família quer entender o que aconteceu. Vamos aguardar (a conclusão dos laudos) para só depois emitir uma opinião." As investigações devem apurar, entre outras coisas, como o atendimento médico foi prestado no transatlântico.
Sem se identificar, um parente confirmou que os Negratos rejeitam a hipótese de que Isabella tenha morrido por consumo excessivo de álcool e, muito menos, por ter ingerido drogas a bordo. Segundo ele, Isabella bebia moderadamente e a posição da família será a de não dar declarações que possam tumultuar as investigações, mas acompanhar de perto tudo o que a polícia apurar e esperar pelos laudos que o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo deve emitir a partir do material colhido nas vísceras em São Sebastião.
(Colaboraram Rita Cirne, Ana Paula Pessoto e Luciana La Fortezza, Especiais para o Estado)
Estadão
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