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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Cientologista do Brasil se diz contra 'idolatria' a Tom Cruise

Cientologia nasceu do trabalho de escritor de ficção científica americano.
Presidente de editora lamenta ligação de ator com 'fofocas'.

Foto: AFP Foto: AFP

Tom Cruise - Globo de Ouro (Foto: AFP)

A vinda do astro Tom Cruise ao Brasil para divulgar seu novo filme, "Operação Valquíria", é só em parte um evento cinematográfico: muita gente hoje associa Cruise menos ao cinema e mais à Igreja da Cientologia, religião criada pelo escritor americano de ficção científica L. Ron Hubbard (1911-1986) que mistura a crença na reencarnação e na auto-iluminação com o combate à psiquiatria e relatos misteriosos sobre o passado do Universo. Apesar da notoriedade que a adesão de Cruise trouxe para a igreja, uma das principais seguidoras do movimento no Brasil diz que o ator está longe de ter um papel "messiânico", para os cientologistas.

"Tom Cruise é um cientologista como eu e mais 10 milhões de pessoas ao redor do mundo. Nós trabalhamos duro para que no futuro não tenhamos mais pessoas tão ligadas a fofocas e comentários extra-oficiais", declarou por e-mail Lucia Winther, presidente da Editora Ponte do Brasil, que publica os livros de Hubbard no país.

Winther, que preferiu não falar por telefone com o G1, também negou que a crença tenha como propósito principal o recrutamento de fiéis famosos (nos EUA, outros nomes de Hollywood, como a mulher de Cruise, Katie Holmes, bem como John Travolta e Kirstie Alley, também seguem a religião). "Temos ao redor de dez mil pessoas cadastradas [no Brasil]. Não existe nenhuma estratégia em nenhum lugar para recrutar pessoas famosas. Já estamos aqui há 14 anos. Se isso fosse verdade, você não acha que já teríamos alguns, pelo menos?"

Influências múltiplas

A Igreja da Cientologia tem suas raízes na chamada dianética, um método que poderia ser descrito como uma forma de auto-ajuda, criado por Hubbard com a publicação do livro "Dianética - O Poder da Mente sobre o Corpo", em 1950. O sucesso do livro encorajou Hubbard a transformar a dianética numa "filosofia religiosa aplicada" que ele batizou de cientologia.

A chamada cruz da cientologia, que representa as oito dinâmicas da vida segundo a doutrina, e o símbolo que representa a igreja (Foto: Reprodução)

Do ponto de vista religioso, a Igreja da Cientologia abraça crenças que se parecem, em certo sentido, com as do hinduísmo (comparação feita pelo próprio Hubbard), do budismo e do gnosticismo (antigo conjunto de heresias cristãs que considerava o mundo material totalmente mau e apenas o espírito algo bom). Para os cientologistas, o corpo humano é uma prisão para uma entidade eterna e teoricamente todo-poderosa, que pode ser libertada mediante complicadas (e caras) técnicas de iluminação, e a psiquiatria é um dos maiores males a afetar a humanidade, necessitando, portanto, ser combatida.

As entidades que são mais ou menos equivalentes à alma na doutrina cientologista são os chamados thetans (da letra grega theta), seres imateriais cujo "consenso" mental teria criado o Universo (os thetans basicamente concordado que o Cosmo deveria existir, e assim ele foi criado). Os thetans originais teriam capacidade ilimitada de manipular a matéria, a energia, o espaço e o tempo. No entanto, eles teriam ficados mais e mais presos ao mundo material, de forma que acabaram perdendo esse poder, a menos que fossem "iluminados" por conhecimentos como os da cientologia.

Uma série de acontecimentos traumáticos na história de trilhões de anos dos thetans (segundo a cronologia cientologista) fizeram com que eles se corrompessem e praticassem ações más quando estão "encarnados" em seres humanos. O objetivo da religião é, por meio das sessões de terapia conhecidas como "auditoria", conseguir eliminar emoções e pensamentos negativos para "despertar" o thetan de cada pessoa. Uma das ferramentas para isso é o chamado E-Meter, aparelho patenteado por Hubbard que seria capaz de captar mudanças na condutividade elétrica da pele e, assim, detectar os problemas e traumas do fiel.

Ópera espacial

O elemento mais controverso da Igreja da Cientologia é a chamada "ópera espacial", um conjunto de mitos inicialmente divulgados por Hubbard e depois "vazado" por ex-fiéis, que teriam a ver com interações entre alienígenas e a Terra no passado remoto. Uma das mais famosas seria uma espécie de genocídio praticado por Lorde Xenu (ou Xemu), tirano da Confederação Galáctica, que teria trazido bilhões de thetans para a Terra e os assassinado com bombas de hidrogênio detonadas na base de um vulcão há dezenas de milhões de anos. Esse tipo de atrocidade ainda afetaria os seres humanos de hoje.

Winther diz que a conexão entre a igreja e essas histórias é espúria. "Não há nenhuma interação. Estudo e pratico cientologia há 19 anos e nunca estudei isso", afirma ela.

Seja como for, nem a "ópera espacial", nem a auditoria ou o E-meter têm qualquer comprovação científica - o consenso entre neurocientistas, psicólogos e psiquiatras é que as técnicas defendidas pela igreja não têm eficácia nenhuma, e não há nenhuma prova de qualquer contato entre a Terra e civilizações extraterrestres. Winther, no entanto, não se abala. "A cientologia é uma religião comprovadamente reconhecida pelos mais importantes governos da Terra, inclusive no Brasil. Que religião precisa de aceitação de comunidades científicas? Ela revelou leis naturais e espirituais que funcionam como a gravidade, quer alguém acredite ou não.

G1

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