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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Löwy exalta Fórum Social 2009: quem está em crise é Davos

A crise do capitalismo fez aumentar o impacto do Fórum Social Mundial. Quem opina é o franco-brasileiro Michael Löwy, diretor de pesquisas emérito do Centro de Pesquisa da França. À Folha de S.Paulo, Löwy, de 70 anos — sendo 40 radicado na França — também comemorou a esquerda política da América Latina. Confira sua entrevista.

O Fórum Social Mundial se revitalizou?
Havia a idéia de que o Fórum tinha esgotado seu papel, estava em crise e não tinha mais o que dizer — que o movimento altermundialista (antiglobalização) já tinha acabado e era preciso passar para uma outra. Hoje em dia esse discurso acabou. Está muito clara a vitalidade extraordinária do processo do Fórum, sua capacidade de se reinventar e de avançar em ideias e propostas.

Acho que o impacto do Fórum aumentou. Quem está em crise agora é o outro fórum — o de Davos. Seus dogmas foram por água abaixo. O que o Fórum Social Mundial sempre disse, que se precisa de outro mundo, se revelou verdadeiro.

A crise econômica roubou espaço do temas original desse FSM, a Amazônia?
Pelo contrário. Há uma relação entre a crise econômica, a alimentar, a ecológica. Há uma convergência das crises, uma mesma raiz que é um modelo de civilização industrial, capitalista e ocidental em que vivemos.

O FSM não devia propor uma saída?
O Fórum é um movimento de protesto. Gente que se reúne para dizer "não", "não queremos o mundo em que tudo virou mercadoria", "não queremos um mundo dominado pelo capital". Há um "não!" — e isso é muito importante, algo precioso, e não deve ser minimizado. Mas insatisfação apenas não é suficiente. Há quem diga que o fórum só critica e não propõe nada. Não é verdade.

Um Fórum que foge da interferência de governos traz cinco presidentes...
O Fórum nunca negou a política — ela está presente. Não queremos é que o fórum seja aparelhado ou instrumentalizado por partidos políticos ou governos. Se a participação de presidentes e políticos acaba sendo o ponto alto, é a ponta visível do iceberg. Lá embaixo é muito maior.

A volta para a América Latina e o contato com suas esquerdas renova o Fórum?
A América Latina é onde a tentativa de romper as amarras do neoliberalismo está indo mais longe. Nós temos não só movimentos sociais e forças políticas que colocam essa exigência, mas ao menos três experiências novas — Venezuela, Bolívia e Equador — de governos com grande apoio popular tentando buscar uma alternativa ao Liberalismo e colocando a necessidade de superar o sistema capitalista. Infelizmente não é o caso do Brasil.

O que faltou aqui?
O Brasil deveria ter estado na vanguarda desse processo, porque é o único que tem um grande partido dos trabalhadores e com um dirigente que foi um grande operário e dirigente sindical. É um governo melhor do que os anteriores. Mas, comparado ao que havia sido a trajetória e histórico do PT, é decepcionante.

Vermelho, com informações da Folha de S.Paulo

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