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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

DISPENSACIONALISMO - Uma forma equivocada de interpretar a Biblia

Postado por René Montarroyos on Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008

DISPENSACIONALISMO

Por Rev. Daniel Carneiro.*

Introdução

O dispensacionalismo já foi conhecido como DARBYNISMO devido ao nome do seu fundador, um pastor anglicano chamado John Nelson Darby, que viveu entre 1800 e 1882. Darby foi muito influenciado por padres jesuítas na formação desse pensamento.

O dispensacionalismo não é apenas um ensino sobre o milênio e o futuro, é também um sistema teológico errôneo.

O nome “dispensacionalismo” vem do fato que a teoria divide a história da humanidade em diferentes dispensações; em cada uma delas Deus tem uma relação pactual diferente com os homens, que termina com uma falha deles em cumprir os requerimentos de Deus.

Quais são as dispensações? São sete. Ei-las:

1-Inocência: Vai da criação à queda.

Julgamento: expulsão do paraíso.
2-Consciência: Vai da expulsão de Adão e Eva do paraíso ao dilúvio.
Julgamento: o dilúvio.

3- Governo Humano: Do dilúvio a Abraão.
Julgamento: torre de babel.

4- Promessa: Vai de Abraão ao cativeiro do Egito
Julgamento: cativeiro do Egito.
5- Lei: Do Sinai ao Calvário.
Julgamento: destruição do templo.

6- Graça: Vai do Calvário ao arrebatamento.
Julgamento: a grande tribulação.

7- Milênio: Vai do arrebatamento ao fim do mundo.
Julgamento: fora do céu.

Note que cada dispensação termina com um julgamento de Deus.
Explicando as dispensações, Scofield diz:

“Uma dispensação é um período de prova durante o qual o homem é provado quanto à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus... cada dispensação pode ser considerada como uma nova prova do homem natural, e cada uma delas termina em juízo... assinalando o seu fracasso”.

Na verdade “dispensação” que é um termo bíblico, em grego é “oikonomos” significa mordomia, disposição ou administração. Nunca significa um período de prova.

Não há sete dispensações, mas apenas duas formas de DEUS tratar com seu povo. Uma na Primeira Aliança (Velho Testamento) e outra na Segunda Aliança (Novo Testamento). A dispensação do Velho Testamento tem vários períodos dentro da aliança da graça.

Há a aliança com Noé, com Abraão, com Moisés, e com Davi. É uma só aliança em vários períodos. A mesma aliança era sempre renovada.

No Novo Testamento a aliança é essencialmente a mesma do V.T. a diferença está no fato que no V.T. a aliança era nacional e no N.T. é universal.

De acordo com o dispensacionalismo nós agora estamos vivendo na “era da Igreja” ou na “dispensação da graça”, faltando apenas uma, isto é, a “dispensação do reino” ou “milênio”.

Vejamos mais alguns erros teológicos do dispensacionalismo.

I - O Dispensacionalismo é um Método Falho de Interpretar a Escritura
O dispensacionalismo ensina que todo o V.T. e algumas partes do N.T. são aplicados aos judeus e não tem nenhuma aplicação aos crentes do N.T. a não ser por curiosidade.

Por exemplo: o sermão do monte e a oração do Pai nosso, não tem nada a ver conosco, crentes do N.T. e, sim, só com os judeus.

Quanto a este argumento, leia o que Paulo diz em 2 Timóteo 3.15-17.
Paulo diz que TODA a Bíblia é de extremo valor para o crente, não apenas um pedaço dela. Paulo aqui está falando para os crentes do N.T. sobre o valor que a Escritura -V.T. - tinha para eles.

II - O Dispensacionalismo é Estritamente Literalista

Neste ponto os dispensacionalistas são como os fariseus que não conseguiam ver em Cristo um Rei espiritual, e assim, o crucificaram. Eles esperavam ansiosamente por um rei político. Um messias político .

Ora, em muitas passagens a Bíblia “espiritualiza” – dá significação espiritual- as coisas do V.T.
Por exemplo, 1 Co 10.1-4; 1 Pd 2.5-9 e todo o livro de Hebreus que fala do tabernáculo, dos sacrifícios, de Jerusalém e Sião, etc.

Ainda mais, como podemos ler literalmente 1 Co 12.12-15 que trata da Igreja como um organismo? A Igreja é literalmente um corpo? Não. apenas figuradamente.

É a oposição a espiritualização de certas partes da Bíblia, que leva os dispensacionalistas a negar o reino celestial e espiritual de Cristo. Para eles, o reino de Cristo tem de ser literal, físico, geográfico e, em Jerusalém.

Nós cremos que haverá um reino físico, visível de Cristo, mas afirmamos que há um reinado de Cristo hoje, ainda que reconhecido só pela Igreja. Mas há (1 Co 15.25).

III - O Dispensacionalismo faz Separação entre Israel e a Igreja

Segundo os dispensacionalistas, Israel é Israel e a igreja é a Igreja. Os dois não devem ser confundidos.

Aliás, a Igreja é um “parêntese” no plano de Deus. Ela não existia no plano original de Deus.

A Escritura chama o Israel do V.T. de Igreja e chama a Igreja do N.T. de Israel espiritual (At 7.38 – a palavra “congregação”, em grego é Ekklesia; Rm 2. 28,29).

Em gálatas 3.29, Paulo fala sobre os descendentes de Abraão. Quem são estes? A Igreja é claro.

IV - O Dispensacionalismo Ensina que o Espírito Santo Será Retirado da Terra na hora do Arrebatamento.

Durante a tribulação os judeus serão salvos e trazidos à fé em Cristo sem as operações soberanas do Espírito Santo.

Como vai ser possível isso acontecer, visto que a fé é um dom de Deus através do Espírito Santo? E também a regeneração ou novo nascimento que é essencial para a salvação, é obra exclusiva do Espírito Santo.

Como haverá a conversão de Israel e outros sem as operações do Espírito Santo? ( Jo. 3.3-8; Ef 2.8).

Mais uma vez afirmamos o que falta ao povo Santo é apenas profundidade e seriedade nas verdades divinas.

DEUS nos ilumine.
AMÉM.

* Reverendo Daniel Carneiro é professor de Teologia Sistemática no SPN e pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.

plugadoscomdeus

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