Fico indignado em ver a tendenciosidade e sensacionalismo com os quais alguns elementos da mídia e da blogosfera cobram o desenrolar da crise financeira. Conforme já falado neste blog, a crise é séria sim. Mas nem de longe é o lobo-mau que muitos querem fazer você acreditar. Enquanto muitos exploram o que há de pior na crise, vamos a alguns fatos positivos a respeito.
1-) A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) informou que o PIB dos 30 países que integram o grupo retraiu 0,1% entre julho e setembro, na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, no entanto, o PIB avançou 0,9%. Além do mais, as economias da OCDE entrarão em recessão e irão encolher 0,3% no próximo ano, para apresentar recuperação em 2010, com um crescimento do PIB de 1,5%. Bom, em apenas 1 ano, desculpem-me os sensacionalistas de plantão, o mundo econômico e financeiro não irá virar pó como eles querem.
2-) Um destaque na criação de empregos será o setor da construção civil. Com os recursos que já foram aprovados pelo Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), é possível, de acordo com o ministro [do Trabalho e Emprego], vislumbrar a criação de 1,378 milhão de vagas, diretamente relacionadas com a distribuição de recursos em três linhas principais do fundo. Ou seja, em plena crise, o Brasil irá continuar gerando empregos. Não, a fila do sopão não vai aumentar tanto quanto desejam os desesperados sensacionalistas.
3-) Apesar de uma semana marcada pela desvalorização do real em relação ao dólar e por quedas na Bovespa, "muitos economistas ainda acreditam que o Brasil sairá relativamente ileso da crise financeira global", segundo o "Financial Times" ("FT"). "O setor bancário [do Brasil] passou por uma reestruturação promovida pelo governo nos anos 90 e têm pouco da exposição a ativos de risco afetando os bancos americanos e europeus", diz o "Financial Times", acrescentando que apenas cerca de 10% do crédito bancário no país é levantado fora do Brasil. Ou seja, eu sei que os sensacionalistas anti-PT, anti-Lula, anti-socialismo, adeptos do “quanto pior, melhor”, desejam mais do que tudo noticiar que o crédito brasileiro “secou”, como aconteceu lá fora. Mas, para infelicidade deles, conforme explicado pelo renomado jornal Financial Times, não estamos expostos assim a este risco.
4-) Para o superintendente geral da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), José Pereira Gonçalves, essa modalidade [crédito imobiliário] não será muito afetada "já que os preços dos imóveis não aumentarão e os juros e correções continuarão vantajosos para os consumidores". Novamente, se um representante de entidades de crédito diz que há condições de crédito, por que será que tanta gente torce e insiste em dizer o contrário?
5-) "A despeito do cenário de crise que se apresentou nos últimos três meses, mesmo com ela, os cartões cresceram acima de 20% em faturamento. Não só fechamos a expectativa de crescimento de 22,1% no ano em faturamento como este será o melhor Natal da indústria de cartões de crédito", afirmou o diretor de Marketing de Cartões do Banco Itaú, Fernando Chacon. Bom, temos novamente uma evidência que o crédito por aqui ainda se mantém. Afinal, insisto, por que torcer tão contra o Brasil? Por que noticiar o medo e espalhar o terrorismo na população?
6-) O diretor-executivo do Bradesco, Domingos Figueiredo, disse hoje em Madri que a economia brasileira será uma das que menos sofrerão com a crise financeira global, pois "ainda tem espaço para enfrentar bem este difícil período". Diante das boas perspectivas apresentadas pelo setor bancário do país, o Bradesco pretende abrir 500 novas filiais nos próximos cinco anos e investir em novas tecnologias para "melhorar o índice de eficácia" da entidade, acrescentou. Bom, se um banqueiro (quem melhor para saber sobre os mercados do que eles?) está confiante e irá abrir filiais (e gerar emprego, renda, etc) em plena crise, me pergunto: cadê a crise, afinal? Onde está o apocalipse anunciado pela mídia rancorosa?
7-) O economista Michael Spence, prêmio Nobel em 2001, é otimista em relação à possibilidade de o Brasil sofrer efeitos limitados da crise financeira internacional. Para ele, o desempenho dos países em desenvolvimento será determinante para que a economia global passe apenas por uma forte desaceleração ou acabe entrando em um período de recessão. Hey, hey! Me corrijam se estiver errado! Mas um economista (deve entender de economia), ganhador de um prêmio Nobel (deve entender POUCO de economia, pelo visto), está otimista em relação ao Brasil? Ué? Então, por que os adeptos do apocalipse financeiro insistem em espalhar o pânico entre os menos informados? Não se deixe enganar pelos profetas do fim-do-mundo: a crise é séria, mas sobreviveremos.
http://www.umavisaodomundo.com/2008/11/noticias-boas-tempos-crise.html
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