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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Papa - Alteração na Missa.

26/11/2008

Ratzinger modifica a missa

“Em breve novas modificações na missa”, anuncia no Osservatore Romano o cardeal Francis Arinze, prefeito da Congregação para o Culto divino.

Para “criar um clima mais recolhido em torno da Comunhão”, Bento XVI quer “uma colocação diversa do sinal da paz”, hoje “mal interpretado como um aperto de mão” entre amigos. Além disso, o Papa pretende reformar o famoso “Ite missa est”, traduzido em italiano para “a missa terminou, ide em paz” [em português: “ide em paz, o Senhor vos acompanhe”; ndt]. Em lugar da fórmula tradicional, o sacerdote dirá: “Ide anunciar o Evangelho de Deus”. O gesto de “trocar entre si a paz” será deslocado, antecipando-o do fim à metade do rito, ou seja, da fase da comunhão ao momento do ofertório.

A reportagem é de Giacomo Galeazzi e publicada pelo jornal La Stampa, 22-11-2008.

Na prática, os fiéis apertarão a mão aos seus vizinhos do lado no momento litúrgico no qual se recolhem as ofertas como sinal da participação e se conduzem ao altar os dons, junto com o pão e o vinho a ser transformado no corpo e no sangue de Cristo. O gesto de paz será trocado, de fato, no termo da coleta das ofertas e depois que o sacerdote tiver recitado a prece de “agradecimento” para o pão e o vinho trazidos em procissão ao altar, e não mais na fase da comunhão, como ocorre agora, ou seja, enquanto o sacerdote e os fiéis se preparam para receber a hóstia. Hoje “não se compreende plenamente” o significado do gesto da troca da paz, introduzido pela reforma litúrgica pós-conciliar.

“Pensa-se – precisa Arinze – que seja uma ocasião para apertar a mão aos amigos. Ao invés disso, é um modo para se dizer a quem nos está próximo que a paz é de Cristo”.

Para criar “um clima mais recolhido enquanto nos preparam para a Comunhão, pensou-se em transferir a troca da paz ao ofertório”. O Papa, “para decidir, solicitou uma consulta de todo o episcopado”. Estão para chegar outras modificações litúrgicas, emanadas do Sínodo dos bispos sobre a Eucaristia, celebrado em 2005. Em particular, em vez do “Ide, a missa acabou”, o sacerdote “terá à sua disposição outras fórmulas para fazer entender melhor aos fiéis que todos nós somos chamados a viver o que celebramos de modo mais dinâmico, mais missionário”. Bento XVI, “após uma série de estudos por nós conduzidos”, acentua Arinze, aprovou alternativas: “Ide anunciar o Evangelho de Deus”, “Ide em paz”. Quanto às preocupações ratzingerrianas sobre certos aspectos demasiado inovadores da liturgia pós-conciliar, Arinze sublinha que “muitos abusos não são devidos à má vontade, mas à ignorância”.

“Alguns não sabem, por exemplo, que as palavras e os gestos têm raízes na tradição da Igreja. Assim, crêem ser mais original e criativo modificar aqueles textos e aqueles gestos. Ante estes abusos é preciso reafirmar que a liturgia é sagrada, enquanto é a prece pública da Igreja”.

Mudanças “significativas”, como evidencia o arcebispo canonista Velasio de Paolis, devem ir “na direção de recuperar em cheio o caráter não arbitrário do culto”.

Joseph Ratzinger teme que a liturgia católica seja ameaçada pela “criatividade” daqueles sacerdotes e daquelas comunidades que a modificam a seu bel prazer e chegam a transformar a missa num show. Com suas intervenções sobre o rito, observa De Paolis, “Bento XVI reafirma que a liturgia é o elemento central da Igreja e da vida cristã, em condições de aproximar os fiéis à unidade com Deus e à sua obra universal”.

Já como prefeito do ex Santo Ofício, Joseph Ratzinger se dissera convencido que “a crise eclesial na qual hoje nos encontramos depende em grande parte do desmoronamento da liturgia, que às vezes é até concebida como se nela não importasse mais se Deus está aí e se Ele nos fala e nos escuta”. Em suma, existe o risco de não se saber mais em que consiste a liturgia: “O sacerdote se torna o ponto de referência de toda a celebração.

Tudo termina sobre ele. É para ele que é preciso olhar, è em sua ação que se toma parte, é a ele que se responde, é sua criatividade que sustenta o conjunto da celebração. A atenção é sempre menos voltada para Deus”. Agora, da Cátedra de Pedro, ele corrige a rota.

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