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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Brasil inicia em fevereiro produção de urânio enriquecido em escala industrial

Brasil inicia em fevereiro produção de urânio enriquecido em escala industrial

Até o final do ano a produção deve chegar a 12 toneladas da matéria-prima do combustível utilizado em usinas nucleares

A empresa estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vai fabricar urânio enriquecido em Resende, no sudoeste fluminense, a partir do próximo mês. Até o final do ano a produção deve chegar a 12 toneladas da matéria-prima do combustível utilizado em usinas nucleares. A expectativa da INB é produzir, até 2012, todo urânio enriquecido utilizado na usina nuclear de Angra I e 20% do combustível para Angra II.

As informações são do diretor de Produção do Combustível Nuclear da INB, Samuel Fayad Filho, para quem o domínio nacional do processo de completo de enriquecimento de urânio significa “um salto”.

“O grande avanço é que no futuro nós não vamos depender de serviços externos para uma tecnologia importante. Não teremos nenhum problema de alguém fechar a válvula do gás”, disse Fayad Filho, referindo-se ao episódio do corte de fornecimento de gás Gazprom da Rússia para a Ucrânia e demais países da Europa ocorrido na semana passada.

De acordo com ele, a produção nacional de urânio enriquecido vai trazer ao Brasil uma economia de US$ 25 milhões, o correspondente ao que o país gasta para enriquecer o mineral no exterior. Até agora, o Brasil tinha o minério, mas por não dominar o processo de enriquecimento exportava o material bruto e comprava de um consórcio de empresas européias o urânio enriquecido.

A tecnologia para o enriquecimento de urânio foi desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O Brasil será o nono país a dominar o processo de enriquecimento do mineral.

Para iniciar a produção industrial de urânio enriquecido, a fábrica de Resende já tem duas cascatas de ultracentrífugas em série (equipamento inventado pelos alemães durante a 2ª Guerra Mundial) utilizadas para separar as partículas de urânio que liberam energia. A previsão é que em três anos, dez cascatas de ultracentrífugas estejam em funcionamento.

Desde novembro de 2006, a INB tinha licença ambiental do Ibama para enriquecer o urânio mas a autorização de operação da fábrica, válida por um ano, só foi dada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no último dia 5.

Segundo Fayad Filho, a INB deverá solicitar a prorrogação até obter da CNEN a autorização de operação permanente, “após comprovar que trabalha seguramente”. A licença de operação do Ibama vence no próximo ano e sua renovação também deverá ser solicitada ao Ibama.

A Constituição Federal atribui à União monopólio para lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios nucleares e seus derivados (Artigo 21). Conforme a lei, toda atividade nuclear em território nacional deve ter finalidade pacífica e aprovada pelo Congresso Nacional.

País terá plenitude industrial com fabricação de urânio enriquecido

Para o diretor de Produção do Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Samuel Fayad Filho, a “plenitude industrial” na fabricação de urânio enriquecido, que será alcançada a partir de fevereiro, “vai agregar valor" ao minério dando ao país, um grande diferencial.

“Possuímos uma grande reserva de urânio e se um dia quisermos exportar, venderemos o produto com valor agregado máximo porque nós já dominamos todo o processo industrial”, projeta o diretor.

O enriquecimento do urânio constitui a separação de partículas do chamado urânio natural e o aumento das partículas que produzem energia, transformando-o em urânio 235. O ciclo do combustível é iniciado com beneficiamento do urânio (retirado de Caetité, na Bahia) tornando-o um concentrado (uma pasta amarela conhecida como “yellow cake”). Até hoje, a produção no Brasil se limita a essa etapa.

O concentrado de urânio é transformado, no Canadá, em gás (chamado “UF6”), que é enviado a um consórcio de empresas anglo-germânico-holandês onde as partículas de urânio são separadas por meio de processamento em ultracentrífugas.

Após o enriquecimento, o gás é reenviado ao Brasil e transformado em pó que será comprimido em pastilhas para alimentação dos tubos de combustível dos reatores nucleares onde gerará energia térmica e, posteriormente, energia elétrica.

Conforme Samuel Fayad Filho, há previsão de construção de uma nova fábrica de equipamentos para ultracentrifugação até 2015, o que permitirá o aumento da produção de urânio enriquecido, inclusive para abastecer a usina projetada de Angra III.

O Brasil extrai e beneficia 390 toneladas de urânio ao ano e é considerado a sexta maior reserva do minério no mundo. Nos próximos anos, uma nova mina deverá ser explorada em Santa Quitéria (CE). A energia nuclear equivale a 2% da matriz energética brasileira.
(Agência Brasil)

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