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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Igreja e a água

Organismos ecumênicos discutem em Belém (PA) a questão da posse e gestão dos recursos hídricos do planeta.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveram o Fórum Ecumênico da Água, evento preparatório do Fórum Social Mundial de 2009, que começou nesta terça-feira em Belém (PA).

Foi o segundo evento cristão realizado na capital paraense em uma semana. “Além da sintonia com todos os eventos que o Pará acolhe nesta época, estar em Belém hoje é a mais rica expressão que podemos dar para a dicotomia entre abundância e escassez de água”, destacou o secretário-geral do Conic, pastor Luiz Alberto Barbosa.

A troca de experiências entre parceiros e protagonistas das iniciativas ecumênicas em torno do tema da água, em nível regional ou internacional, foi uma das principais características do encontro, que reuniu vozes de diferentes países para mostrar as múltiplas faces de um problema crescente. Segundo a Organização das Nações Unidas, em 20 anos o número de pessoas que sofrerão a falta e a dificuldade de acesso à água pode chegar a um bilhão, anunciando-se como provável motivo de conflitos neste século.

Para Asa Elfström, da Igreja Luterana da Suécia e membro do comitê dirigente da Rede Ecumênica da Água, ligada ao Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o movimento ecumênico tem profundas responsabilidades diante deste debate. Ele defendeu o esforço político dos organismos eclesiais para colocar o tema entre as prioridades programáticas das igrejas e a necessidade de um “questionamento ético” da dinâmica da comercialização e da privatização da água.

O trabalho conjunto do Conic e da CNBB vem sendo desenvolvido em alianças internacionais. As principais parcerias são com a Confederação Suíça de Igrejas Evangélicas, as Conferências de Bispos da Suíça e da Bélgica e a Rede Ecumênica da Água. No evento, a aprovação da nova Constituição da Bolívia, em 25 de janeiro, foi saudada como um avanço na questão.

A nova Carta do país andino estabeleceu, de maneira inédita, a água como bem humano e público. O senador boliviano Abraham Coella Araujo, presente no Fórum Ecumênico da Água, informou que seu país também vai criar o Ministério da Água, iniciativa pioneira no contexto latino-americano.

(Fonte: Agência Latino-americana e Caribenha de Comunicação – ALC)

Cristianismo hoje

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