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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Padres homossexuais: cai o tabu

Deixar de considerar a homossexualidade como uma doença. A opinião é do psiquiatra e escritor Vittorino Andreoli, no jornal dos bispos italianos Avvenire, convidando os leitores católicos a acertar as contas com a evolução cultural e científica e a entender que a homossexualidade não responde mais a velhos estereótipos.

A reportagem é de Marco Politi, publicada no jornal La Repubblica, 08-01-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Mas Andreoli vai ainda mais além. Destacando que não entrará minimamente na questão do direito da Igreja de selecionar o clero segundo seus próprios critérios, o psiquiatra esclarece: “Isso deixa em aberto a questão sobre o porquê devem ser excluídos à força da vida sacerdotal as pessoas de orientação homossexual”.

Andreoli está desenvolvendo no jornal dos bispos uma pesquisa sobre os padres que já alcançou 48 capítulos. E o artigo sobre "O sacerdócio nos casos extremos: a homossexualidade"Dino Boffo, que rende homenagem ao seu profissionalismo, explicando que o seus argumentos “são confiados à nossa reflexão livre e a um debate construtivo”. é introduzido com todos os cuidados pelo diretor

Com efeito, a intervenção cai como uma pedra na água, enquanto há anos a hierarquia eclesiástica insiste na questão da homossexualidade como pecado horrível que não pode ser absolvido caso se viva estavelmente com um parceiro gay, como “grave desordem moral” e causa de não-admissão à ordenação segundo o que foi repetido recentemente por uma instrução vaticana.

Ler no Avvenire que, no plano científico, “as manifestações e os comportamentos que surgem da homossexualidade não são patologias, mas variáveis no interior daquela que se chama normalidade, já que esta é difícil de ser definida”, é um pequeno terremoto. Um “fato importante”, dizem ao La Repubblica três pessoas de orientação totalmente diferentes: o professor Tonino Cantelmi, presidente da Associação de Psicólogos e Psiquiatras Católicos, Franco Grillini, ex-presidente da Arcigay, Gianni Geraci, do grupo homossexual católico milanês Il Guado.

Para o professor Cantelmi, enfrentar o tema “é positivo”. Ficando restrito a afirmar que cabe à Igreja o aspecto moral e espiritual, Cantelmi destaca, como psiquiatra católico, que “nós nos adequamos aos convencimentos da comunidade científica, e, por isso, a escolha do AvvenireGrillini afirma: “É bom que na toca do lobo (o Avvenire) leiam-se coisas de bom senso. Nos EUA, um dirigente da associação Exodus, que organizava cursos de pseudocuras da homossexualidade, teve que pedir desculpas à opinião pública gay”. demonstra que a Igreja não tem uma atitude discriminatória com relação aos gays”. Mais colorido,

Gianni Geraci, que durante anos animou a coordenação dos gays católicos italianos, acha “interessantíssimo” que, no jornal dos bispos, se dê atenção a “discursos cientificamente fundamentados”, refutando a tendência de certos movimentos carismáticos de querer curar os homossexuais.

Andreoli preanuncia um aprofundamento. A sua abordagem inicial foi extremamente suave. Fala de “orientação homossexual” e não de prática. Insiste: “Não me escandalizo se uma organização como a Igreja decide excluir os homossexuais do sacerdócio ministerial”. Mas as suas conclusões deixam um sinal. Aos sacerdotes que se descobrem homossexuais e que sofrem para permanecer fiéis à sua vocação (em castidade), “gostaria de dizer – eu, não-crente – que se voltem para Deus e peçam-lhe ajuda para que também essa característica se torne uma riqueza ao serviço da missão”.

Unissinos

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