Um seminário evangélico se sentiu refém da recessão econômica Americana de 2008, enquanto outros vacilaram à beira do colapso ou experimentaram graves cortes.
O Seminário Teológico de Salt Lake, o único curso de graduação teológica cristã em um território Mórmon, fechou em outubro do último ano, depois que um mantenedor voltou atrás com suas ofertas e que as tentativas de obtenção de fundos fracassou. Os professores e administradores concordaram em trabalhar sem receber o salário no mês de dezembro, para que os 54 alunos concluíssem o semestre.
A crise financeira prejudicará outros seminários, caso as ações no mercado não voltem a subir. A Associação de Escolas Teológicas (ATS) avaliou a vitalidade financeira das escolas associadas em 2007 e constatou deficiências significativas.
Aproximadamente 20% dos seminários não relacionados com uma universidade funcionaram com déficit nos planos financeiros em três dos últimos cinco anos, de acordo com a porta-voz da ATS Elisa Smith Brown. Essas escolas têm menos de um ano de recursos para manterem suas atividades funcionando regularmente.
“Isso significa que mesmo no bom período econômico vivido nos últimos quatro anos, muitas escolas operaram satisfatoriamente, mas no limite de suas economias”, disse ela.
Com a queda na bolsa de valores em 50% até novembro, desde o pico em outubro de 2007, as escolas que dependem dos rendimentos continuam a ser as mais vulneráveis. Dennis Hollinger, presidente do Seminário Teológico Gordon-Conwell, disse que sua escola perdeu 600 mil dólares com a queda nos rendimentos em 2008. Alguns investimentos simplesmente “afundaram”, o que significa que eles valem, agora, menos do que a aplicação inicial feita e que os seminários não podem nem mesmo desfrutar do capital inicialmente investido.
Hollinger afirmou que a escola de Massachusetts teve um corte de aproximadamente 1 milhão, de um orçamento de 20 milhões de dólares, por cancelar atividades, realinhar programas e por não preencher algumas vagas que seriam necessárias em sua equipe de trabalho. A escola ainda fechou sua livraria que funcionava em tempo integral, embora uma pequena loja ainda continue a vender livros.
“[Os efeitos da economia] ainda não são drásticos, no ponto em que estamos”, disse Hollinger, “mas estão nos forçando claramente a atentarmos para a forma como temos trabalhado e negociado”.
O presidente do Seminário Teológico Batista do Sul (SBTS), Albert Mohler disse que a escola provavelmente precisará aumentar as mensalidades dos alunos e fazer algumas demissões para gerir um orçamento de déficit de 3 milhões de dólares, depois que foi perdido 1 milhão com a crise e que alunos e denominações diminuíram suas contribuições.
A empregabilidade, outro indicador chave da saúde de um seminário, permanece forte no STBS, afirmou Mohler. Contudo, os efeitos completos da economia na taxa de empregabilidade ainda não são conhecidos. “Ainda está cedo para medirmos todas as conseqüências das quedas na bolsa no percentual de empregabilidade”, disse ele.
A Trinity Evangelical Divinity School (TEDS) não está tão alarmada com a crise, já que sua saúde financeira está mais relacionada com as inscrições dos alunos. As inscrições neste outono diminuíram levemente, de 566 estudantes em tempo integral em 2007 para 563 em 2008, disse Gary Cantwell, vice-presidente de comunicação e marketing. Todavia, Cantwell constatou que aumentou o número de escolhas pelo curso online, pelos campi fora do campus sede, e pelas classes especiais realizadas semanalmente no subúrbio de Chicago.
Uma crise econômica pode, algumas vezes, ajudar seminários a recrutar universitários graduados que não querem se arriscar em um mercado incerto. Cantwell afirmou que 80% dos estudantes que vivem no campus do TEDS têm 25 anos ou mais, e que dois terços são casados. A instabilidade econômica faz com que eles fiquem mais receosos em abandonarem seus trabalhos ou arriscarem a estabilidade de suas famílias.
“Muitos esperaram o máximo que puderam, alguns até o fim do verão, para decidir se iriam se matricular como estudantes em tempo integral neste outono”, disse Cantwell. “Nós temos visto estudantes adiando suas inscrições por, pelo menos, mais um semestre”.
Olhando além, a maior preocupação de Mohler é a inflação. Os seminários maiores podem fazer cortes para sobreviver à crise, mas uma política de longo prazo do aumento dos custos pode fazer com que outros seminários tomem o mesmo caminho que aquele de Salt Lake
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(Traduzido por Daniel Leite Guanaes)
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